segunda-feira, 4 de julho de 2011

Rotina eucarística

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (Jo 6, 54)


Olá, amigos!

Muitas coisas se passam em nossa vida despercebidamente. Temos tantas ações diárias repetitivas quantas se tornam hábito. Levantar pela manhã, calçar os chinelos, tomar banho, escovar os dentes, vestir-se, tomar o café, ler o jornal, sair para o trabalho, enfrentar o trânsito; chegar à empresa e encontrar uma mesa cheia de processos para serem analisados e despachados.

Almoçar; jogar conversa fora com os colegas; enfrentar a tarde como a última antes das férias – mesmo que as férias ainda sejam uma realidade em futuro distante. Voltar para casa, tomar um novo banho, assistir TV, ouvir a mãe reclamando da ausência apesar de uma presença só de corpo. Encontrar alguns amigos, mesmo que seja pela internet. Colocar água e comida para o cãozinho de estimação e ainda brincar dez minutos com ele. Ele transmite alegria. Preparar a cama e ler alguma coisa interessante, na esperança de que o sono logo chegue, afinal, amanhã é um novo dia cheio de trabalho.

Ao novo amanhecer, fazemos tudo de novo, e muito mais do que foi exposto. Isso tudo fazemos e não paramos para refletir sobre a importância de todas essas coisas. Não me imagino saindo de casa sem tomar banho (risos). Como é importante dar atenção ao meu cão. À minha mãe, nem se fala. Ela fala, fala, fala... eu quase sempre não entendo nada do que ela fala, mas eu sempre respondo positivamente.

Aos sábados e domingos, vêm as outras obrigações, que também realizamos automaticamente. Uma geral na limpeza da casa, do carro, do cachorro e da casinha dele; compromissos com os amigos sábado à noite e com os familiares no almoço de domingo.

Esse é um resumo da minha rotina, e coincide com a rotina da maioria dos meus amigos. Mas está faltando algo muito importante, que não foi exposto por não existir: a espiritualidade. O nosso tempo não tem espaço para oração. A contemplação ainda não é uma rotina.

Ao abrir as páginas sagradas, posso ler: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (Jo 6, 54) Essa afirmação me pressiona a casa instante. Sinto-me impelido a conhecer mais sobre esse Deus que promete ser alimento para sustento da minha alma. Sou impulsionado por uma promessa de alimento e de vida plena. Quando me encontro diante do mistério eucarístico, não posso outra coisa senão contemplar e tentar abraçá-lo com todas as minhas forças... mas o mistério da nossa fé vai além. Ele perpassa pelas pequenas coisas da nossa vida, da nossa história, da nossa rotina, e entra em nós, realizando a promessa de Jesus, que diz: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo.” (Mt 28, 20b). Em outro momento, os discípulos pedem a Jesus Ressuscitado: “Fica conosco, já é tarde e o dia declina.” (Lc 24, 29b)

E assim se faz um novo dia. Quando Jesus Eucarístico passa a fazer parte de nossa rotina na comunhão, na adoração, na contemplação e estudo da palavra, tudo se renova e surge uma nova esperança. Nossa rotina se renova e adquire outro sentido. A vida se colore e, aquele alimento de vida eterna faz cumprir o seu papel em meio à nossa correria: somos fortalecidos para, daqui a pouco, acordarmos para a verdadeira vida, e que ela seja em abundância...

A música de hoje nos remete ao mistério da contemplação do Cristo contido na Eucaristia.
"Em sua presença somos mendigos sentados à mesa de um Rei!"


Que o nosso desejo também seja de, com Ele, ser um!

Abraços!


Didu

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