segunda-feira, 25 de julho de 2011

Abraço de Pai

Boa noite, galera!

Hoje quero partilhar com vocês uma das parábolas mais significativas dos Evangelhos, e que é a minha preferida. Refiro-me à parábola do Filho Pródigo ou, em outra forma de compreender, do Pai Misericordioso. O texto encontra-se no Evangelho de São Lucas, capítulo 15, versículos 11 a 32.


"Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao seu pai: "Pai, dá-me a parte da herança que me cabe." E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha esbanjado tudo o que possuía, chegou uma grande fome àquela região, e ele começou a passar necessidade. Então, foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu sítio cuidar dos porcos. Ele queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. Então caiu em si e disse: "Quantos empregados do meu pai tem pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. Vou voltar para o meu pai e dizer-lhe: 'Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados.'
Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e foi tomado de compaixão.  Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos. O filho então lhe disse: 'Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho.' Mas o pai disse aos empregados: 'Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. Colocai-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o, para comermos e festejarmos. Pois este meu filho estava morto e voltou a viver; estava perdido e foi encontrado.' E começaram a festa.
O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. Então chamou um dos empregados e perguntou o que estava acontecendo. Ele respondeu: 'É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque recuperou seu filho são e salvo.' Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistiu com ele. Ele, porém, respondeu ao pai: 'Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Mas quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com as prostitutas, matas para ele o filho gordo.'
Então o pai lhe disse: 'Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e voltou a viver, estava perdido e foi encontrado.'"

Este texto narra a vida de todo cristão, de todo homem que troca a graça de viver na presença de Deus pelas fanfarras do mundo. A lama do pecado me afasta da misericórdia tão simples do Pai...

Sinto-me por vezes como o filho mais novo que gasta os bens herdados com a vida mundana, mas sinto-me também como o filho mais velho, que não conhece o coração do pai. Revolta-se por não ganhar do pai o que o irmão indigno obteve por voltar ao seio de sua família.

A inveja é o grande mal da humanidade. É ela que move o coração do homem para o pecado; é por meio dela que nos afastamos de Deus.

Ao contrário, a misericórdia é o grande laço que resgata a aliança de Deus com seu povo. A palavra misericórdia, em sua origem latina, é a junção de duas outras palavras: miserere = miséria + cordis (cor) = coração. É o coração que se debruça sobre a miséria. A misericórdia de Deus é, portanto, o seu Coração que se debruça sobre a miséria humana. Mais difícil do que voltar é reconhecer a necessidade da volta.

O pai nos recebe de volta. Ele age sempre com misericórdia e jamais nos abandona. Como dizia Santo Agostinho, "na procura de Deus é ele que se apressa e vem correndo ao nosso encontro!"

Hoje sugiro uma música bastante conhecida, mas não tão rezada quanto deveria. Gosto muito dessa versão de "Abraço de Pai", em que Adriana canta com Walmir Alencar.


ABRAÇO DE PAI
Walmir Alencar


Volte. O Pai te espera.

Didu

Nenhum comentário:

Postar um comentário