terça-feira, 20 de novembro de 2012

O TEMPO DA PALAVRA


Boa noite, povo amado de Deus!

Após mais de quatro meses afastado do blog, volto com uma saudade imensa de escrever. Na fala eu não tenho habilidade, e isso já é de conhecimento de quem acompanha um pouco a minha vida, mas gosto muito de escrever e nem sempre tenho tempo para doar às letras.


Sou apaixonado pela linguagem. A comunicação, além de essencial na vida humana, é também fascinante para quem se dispõe a observá-la e refletir sobre ela. Falar, escrever, tentar fazer-se compreendido... como é bom saber que podemos nos comunicar!

Muitos de nós não damos a mínima importância ao que lemos e ouvimos. Não temos interesse em escutar, muito menos em ler. Queremos ver, consumir, ouvir... Uai... como não temos interesse em escutar mas queremos ouvir? Não são significados iguais? Não!

Ouvir está mais ligado à audição, um dos nossos cinco sentidos. Ouvimos tudo ou quase tudo. Escutar já é mais subjetivo e insere valores que devem ser agregados à vida. Ouvir uma música católica, por exemplo, é fácil... o difícil é deixar que ela tenha espaço na existência. Esse "espaço na existência" só pode ser compreendido por quem escuta, ou seja, presta atenção às realidades da vida que o rodeiam. Sob essa perspectiva, escutar exige uma postura ante a vida, o que nem todos querem.

Falar todo mundo quer, escrever talvez. Muitos não querem ter trabalho, mas apenas usufruir do trabalho de outrem. É assim que surgem os trabalhos copiados nas universidades, as paródias musicais, as atitudes nas ruas, as perspectivas televisivas, os ideais mais folclóricos do que óbvios. Sentir todos sentem, mas saber o que se sente é propriedade de muito poucos.


Gosto de escrever porque tenho facilidade de me expressar pelo teclado do computador e minha fala não corresponde à necessidade. Sou lento demais para raciocinar na fala, que não permite "backspaces" nem "deletes". A fala fica na memória e não pode ser apagada. A escrita sim, e pode ser até editada... Gosto disso.

Que a minha palavra passe pelo coração, a fim alcançar seu objetivo, que é construir alguém. Esse alguém pode ser quem quiser crescer na fé, no amor e na esperança, sendo que a esperança pode, muitas vezes, ser comprometida pelas letras. Mas as letras podem ser editadas, o que não ocorre no caso da esperança. Quem espera crê, e ponto final.

A palavra escrita é mais caridosa que a dita, porque a interpretação vai depender do interlocutor e não tanto dos olhos de quem diz.


SOY PAN, SOY PAZ, SOY MÁS
Piero, conhecida na voz de Mercedez Sosa, aqui interpretada por Maninho e Ziza Fernandes



Paz e bem!

Eduardo Parreiras