sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

DESESPERO OU ESPERANÇA?


Olá!

Hoje estou rezando com uma música do novo CD da Adriana Arydes. Primeiramente, achei linda a atitude da missionária, que fez questão de incluir o sobrenome do esposo em seus trabalhos. Ela está vivendo uma graça em seu matrimônio ao desejar que sua família seja manjedoura e estrela, seja o ninho de acolhida ao Menino Deus e, ao mesmo tempo, missionária que mostra onde ele está, com sua arte e dedicação. A canção "Te farei vencer" é, ao meu ver, a que mais fala para os homens de nosso tempo.


Ontem (21/12/2011) eu passei pelo shopping e pude reparar nos rostos das pessoas que passavam freneticamente com suas sacolas enormes, olhando as vitrines e esbarrando-se umas nas outras. Sorriam, beijavam-se, andavam de mãos dadas ou abraçadas... Homens, mulheres, crianças, jovens, idosos. Todos estavam ali, tansitando pelos corredores, afoitos atrás dos presentes de natal.


O consumismo levou o homem ao desespero. Todos precisam "ter" a qualquer custo e, aqueles que não podem "ter", excluem-se da sociedade por preconceito, ou por baixa autoestima. Algumas crianças são contempladas com brinquedos caríssimos, enquanto outras não são contempladas nem com um prato de feijão e arroz. Jovens gastam suas gordas mesadas em roupas, muitas vezes desnecessariamente, enquanto muitos não tem acesso ao vestuário básico e digno. Pais e mães de família gastam uma nota preta em presentes para os filhos mimados, atitude essa muito distante da verdadeira pedagogia que educa para um mundo melhor, enquanto outros pobres coitados não podem nem pagar suas contas básicas, aquelas que nos são indispensáveis para a sobrevivência.

Enquanto isso, cada um luta por si próprio. Talvez, pensam eles, Deus age por alguns. O individualismo toma conta do nosso mundo, cada vez menos preocupado com o necessário e mais afoito com o supérfluo. O homem de hoje está adotando atitudes cada vez mais pueris diante de Jesus Menino, deitado na manjedoura de Belém, anunciado pela estrela que conduziu reis e pastores, pobres e ricos, à estrebaria que acolheu a Sagrada Família.


É preciso amadurecer na fé. Pior que isso, é preciso ter fé, pois nem isso o nosso mundo tem. É errado acreditar em papai noel? Claro que é!!! Eu odeio essa figura que rouba a cena na celebração de uma das mais encantadoras e fundamentais realidades do evangelho. Nós, cristãos, não podemos adorar o consumismo, antepor o "ter" ao "ser", comportando-nos como magos que se preocupam somente com "ouro, incenso e mirra".

A canção que mencionei da Adriana Arydes, que segue em vídeo do youtube, fez-me pensar nesses tempos em que nós, cristãos, temos que unir o nosso sangue ao Sangue do Senhor no anúncio do evangelho. Tenho certeza que, para que os homens se voltem para Deus, teremos que ser estrela, manjedoura e estrebaria em um mundo que não olha para o céu, a não ser com a preocupação se há vida em outros planetas. O homem conseguiu ir à lua, e uma de suas sondas moderníssimas já conseguiu sair dos limites do sistema solar. Porém, não consegue aproximar-se de um Deus tão belo e simples, que está dentro de si mesmo.

É preciso lutar e vencer, caminhar e chegar. O evangelho só perde o efeito quando o remetente esquece-se do destinatário. E nós, cristãos vocacionados à doação de nossas vidas no amor, temos que confiar em Deus e segui-lo até o fim, onde está o começo de tudo... a mesma estrela, a mesma estrebaria e a mesma manjedoura. Os mesmos personagens de uma vida mais que real. 

Reze com a letra dessa música. Por mais que não pareça ter algo a ver com a festa do natal, a realidade em que nos inserimos nesse tempo nos leva a tomar posse dessa graça...


No silêncio desse quarto
com essa dor dentro do peito
Eu sei, não há outro caminho
eu sei que não há outro jeito

As lágrimas não sei como cessar
E às vezes não me deixam enxergar
mas sei que, com a fé no meu Senhor,
eu posso tudo passar, é o Senhor quem me diz:

"Confia em mim, vou com você, não te deixarei só
Se for fiel te honrarei, e te farei vencer!"

"Eu luto por ti
Eu venço por ti
Não temas, confia
Pois te farei um vencedor!"

Agora, ouça a canção em um vídeo no youtube. Vale a pena!



A nossa vitória é a vitória de Cristo Menino Deus. Que Ele nos inspire a viver na simplicidade dos pastores, na nobreza dos magos e no zelo de Maria e José.

Até mais!!!


Didu

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A ESTRELA E A MANJEDOURA


Olá, pessoal! Paz e bem!


Já temos quatro velas acesas na coroa do Advento, sinal da proximidade da chegada do Senhor. Está próxima a festa da Encarnação do Verbo de Deus, que veio morar no meio de nós.


Com o Natal do Senhor Jesus, celebramos a paz, a fraternidade, a solidariedade e tantas outras coisas que são transportadas na vivência do amor. Acendemos luzes, montamos árvores e presépios. Por todos os lados vemos os "papais-noeis" enfeitando vitrines ou tirando fotos com as crianças nos shoppings centers. Não gosto deles.


As ruas estão lotadas, o comércio faturando alto. Todo mundo numa correria desenfreada que, ao final, vai dar na mesma de sempre... muitas pessoas tristes por não consequirem comprar o presente que queriam dar, ou porque não ganharam o que esperavam. A data, para muitos, lembra alguém que se foi e deixou uma lacuna difícil de ser preenchida.


Com tudo isso, o Natal não será, de novo, vivenciado. A cada ano percebo que menos pessoas aderem ao nascimento de Cristo como um começo de vida nova. A preocupação com o supérfluo é muito grande, proporcional à correria do fim de ano. A festa do Natal é a festa do Senhor e, por isso, é nossa celebração também. É o momento de celebrarmos o Cristo que mora no coração do outro e no nosso.

Duas coisas me chamam a atenção nos evangelhos que anunciam o Natal de Jesus: a "estrela" e a "manjedoura". Claro que é lindo contemplar o presépio com Maria e José, compondo a sagrada família; também é místico olhar para os pastores que vieram adorar o Senhor e os reis que vieram do oriente trazer-lhe presentes. Jesus Menino é o Deus Infante que nos leva a crer que a infância espiritual nos levará para o céu. Mas vejo uma beleza sem igual nas narrações que relatam a estrela que conduziu os pastores a Belém, e a manjedoura que acolheu Jesus.

Primeiramente, a estrela é um sinal claro de luz. Isso não é novidade para ninguém. Como é lindo ver um céu estrelado! Quem nunca ficou a admirar o céu em uma noite límpida, todo estrelado e a lua cheia a reinar no meio delas? É mágico. Ops!!! Místico! Foi pela orientação das estrelas no firmamento que os europeus começaram a avançar para águas mais profundas em direção às "Índias", quando chegaram à América. A estrela, no evangelho, tem a missão de indicar o lugar do nascimento de Jesus. Aqueles que deveriam adorá-lo viram uma estrela e a seguiram. Mas como saber disso? A resposta está na "luz" que a estrela emite. Era uma estrela mais brilhante e com um realce muito diferente das outras.


Em segundo lugar, a manjedoura é um artefato criado para alimentar o gado e outros animais de pasto. É onde se coloca o feno para a alimentação dos animais. Manjedoura vem da palavra latina "mangiare", ou "manjar" em português, que significa "comer". A manjedoura é o lugar usado para alimentar o gado. Jesus, ao nascer em nosso triste mundo, não teve um berço ou cama que pudesse acolhê-lo. Já nasceu na simplicidade que é condição suprema de sua divindade. É também interessante perceber que, desde que nasceu, Jesus já se dispõe a se fazer "alimento" para a nossa humanidade faminta do céu.


Estrela e manjedoura: eis duas figuras importantes na narração do nascimento de Cristo. Uma mostra onde Ele está e outra O acholhe. E nós, o que somos hoje? Estrela que indique onde o Cristo se encontra, para os homens que ainda não viram a sua luz? Ou manjedoura, para servir o Cristo inteiro, que sacia a fome de eternidade dos homens e mulheres de nosso tempo?

Me parece que o mundo anda carente demais para assumirmos uma só postura. Temos que ser, ao mesmo tempo, estrela e manjedoura, luz e alimento para que o mundo creia que "o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1,14). Como um Deus tão imenso pode vir até nós para nos libertar das amarras do pecado que nós mesmos criamos??? É misericórdia demais!

Preparemos os nossos corações sem correrias, consumismo ou lendas que desviem o nosso olhar da gruta de Belém. Aliás, meu coração caminha para lá... vamos também???

Enquanto aguardamos o Cristo que já está às portas, oremos e vigiemos... Ele virá até nós, outra vez.

Ouçam a belíssima canção "Ao Eterno Amor" da banda Vida Reluz, que eu amo!



Abraços!!!!

Eduardo Parreiras

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Creia!

Boa noite, pessoal!

Estou chegando ao final do ano de uma forma nunca antes vivenciada. Tenho experimentado o Advento como uma espera, muito além da que celebramos na liturgia. Como já partilhamos no blog, este tempo é uma preparação para o Natal do Senhor e sua segunda vinda; é o tempo da chegada de um Deus que não desiste de nós.

Este ano de 2011 foi muito importante para mim. Realizações e metas alcançadas, que não costumavam fazer parte da minha vida, marcaram esse ano que vai ficar gravado para sempre na minha memória. Foi um tempo precioso. Tempo de colheitas importantíssimas, que terão reflexos nos próximos anos e, quem sabe, durante toda a minha vida.

Terminei meu curso de Filosofia na PUC-MG. Agora posso dizer que sou um bacharel, rsrsr! Vi jovens ser transformados pela graça de Deus! Conheci a Europa e o cerne do catolicismo: vi o Papa, ao vivo e a cores, pela primeira vez na vida. A maior e mais importante meta da minha vida até agora... Pisar o solo santo de Roma, onde tantos mártires derramaram seu sangue para uni-lo ao de Cristo Crucificado, não tem preço!


Entretanto, o que mais marca este ano de 2011 é a resposta que Deus espera de mim. No Advento de seu Filho o Pai, pela graça do Espírito Santo, ouve de meu coração o meu sim ao seu chamado, irrefutável e inefável. Não posso mais viver por mim mesmo, mas já vivo inteiramente em Deus, por Deus, com Deus e para Deus. Os desejos deste mundo passageiro já não fazem sentido diante da graça de ser somente de Cristo.

O meu "sim" ao projeto de Deus na minha vida foi dado. Doravante será uma questão de momentos e oportunidades para concretizar a vontade de Deus em minha vida.

Este ano marcou muito a minha história por ter sido o ano em que mais pude praticar a humildade. Ser húmus, terra fértil, não é fácil. Deixar Deus plantar sua semente e deixá-la germinar não é para qualquer um, mas para quem tem a coragem de deixar o evangelho tomar conta de sua vida. Confesso que estou deixando Deus me transformar do modo como lhe convém. Já não é mais interessante viver uma vida vazia de divindade e repleta de humanidade.

Deus tem um propósito na minha vida. Ele não me deixaria conhecer o altar mais importante do mundo na Basílica de São Pedro, no Vaticano, para perceber que o altar mais importante do mundo é o da minha paróquia, se não tivesse um propósito muito maior que minha imaginação possa alcançar para mim...

Eu amo o altar, a Eucaristia, os sacramentos; sou um filho adotado por Maria e totalmente devotado à sua intercessão. Eu creio e adiro à comunhão dos santos, e estabeleço São João da Cruz, cuja festa celebramos neste dia 14 de dezembro, como meu padrinho no céu. Ele, de agora em diante, terá trabalho comigo, rsrsrsr!

Minha vida de agora em diante parte da realidade divina, e pretendo, aos poucos, abandonar todo e qualquer excesso de humanidade que me impeça de viver na presença constante de meu Deus. Eu sou dele e não quero que seja diferente disso. Mais do que aceitá-lo em minha vida, eu o assumi; disse um sim irrevogável e sei que não posso mais voltar atrás.



Lembro-me de Pe. Léo, em sua última pregação, dizendo: "Antigamente eu tinha dó de gente feia; hoje, tenho dó de quem não tem fé!" Faço minhas as suas palavras. Tenho dó de quem não tem fé! Eu vivo em comunhão com Deus e quero que todos ao meu redor (mesmo virtualmente) vivam essa intimidade com o céu.

Eu nasci para ser de Deus. Nada mais poderá me afastar da estrada que me conduz à eternidade. Eu assumi Deus em minha vida, com o nome de Jesus Cristo. Assumi uma mãe que, de Maria que é, me ajuda a focar no que é necessário para ser salvo.

Eu tenho necessidade do céu. Eu preciso dele. Sou dele e não aceito algo diferente. A eternidade é meu lugar atemporal em que me realizarei. É minha pátria futura, da qual tomarei posse por toda a eternidade.


Quem teve a paciência de ler este texto até aqui, certamente tem também um enorme desejo pelo céu. Eu creio que a morada de Deus seja a mais perfeita, e é a perfeição verdadeira que desejo para mim.

No vídeo abaixo, gravado por Amanda Pinheiro, Cristiano Pinheiro e Davidson Silva, você poderá rezar essa necessidade de crer.



Creia em Deus. "É muito mais sofisticado crer em Deus do que não crer!" Frase de Pe. Fábio de Melo

Deus te abençoe!!!

Didu

sábado, 10 de dezembro de 2011

Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria

Olá, pessoal! Paz e bem!!!


Eu fiquei de postar um texto sobre a Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria, no dia da Solenidade, 8 de dezembro. Porém, fiz uma peregrinação e caminhei 40 km de Pará de Minas a Conceição do Pará, pedindo a intercessão de Maria Imaculada por todos nós, da noite do dia 7, pela madrugada e parte da manhã do dia 8. Cheguei em casa exausto e não tive condições de escrever. Claro! rsrsr Dormi das 15 h de ontem até as 5 h da manhã de hoje! Mas todo sacrifício valeu a pena. A graça foi maior que tudo!!!


Nossa Igreja proclamou quatro dogmas (verdades de fé) marianos, a saber: 1) Maternidade Divina - Maria é Mãe de Deus, proclamado no Concílio de Éfeso, no ano de 431; 2) Virgindade Perpétua - Maria sempre virgem, não me lembro a data de proclamação; 3) Imaculada Conceição - Maria concebida sem pecado, proclamado pelo Papa Pio IX em 1854; 4) Assunção de Maria ao Céu - Maria elevada em corpo e alma para o céu, proclamado pelo Papa Pio XII, em 1950. Vou me deter apenas no dogma da Imaculada Conceição, cuja festa nos é recente. Desses quatro dogmas, o que primeiro fundamenta a crença católica acerca de Maria é exatamente o primeiro da lista, o da Maternidade Divina. Maria, enquanto Mãe de Jesus, é Mãe de Deus, que se fez homem e habitou no meio de nós (Jo 1,14).




Das quatro verdades de fé fundamentais da doutrina católica no que se refere a Maria, a que mais me admira é a sua Imaculada Conceição. Para que Jesus viesse ao mundo, Deus preparou uma mãe pura e sem pecado para que o seu filho fosse concebido em um ventre puro, sem mancha, ou seja, "imaculado". "Macula" é uma palavra latina que significa "mancha", e que, por sua vez, exprime uma conotação do pecado. Todos nós, homens e mulheres, nascemos "maculados" pelo pecado, manchados desde a nossa concepção pela desobediência primeira dos nossos primeiros ancestrais.


Assusta-me a grandeza de Deus nessa ocasião. Tudo Ele fez de modo perfeito, sem mácula. É sempre infalível e irrepreensível diante da criação. Pela hereditariedade, Maria transmitiria a Jesus o pecado original, caso não tivesse sido concebida sem a desgraça primeira. Por isso, Maria foi proclamada por Pio IX, após séculos de e veneração e conhecimento pela Igreja, o grandioso dogma da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria.


Assim ficou definida a Imaculada Conceição de Maria, pela bula "Ineffabilis Deus", promulgada em 8 de dezembro de 1854, pelo Papa Pio IX: "A doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus, e por isto deve ser crida firme e inviolavelmente por todos os fiéis."


É lindo perceber que a ação de Deus na vida de Maria já havia sido prevista pela profecia de Isaías: "Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Deus Conosco, o Emanuel." Is 7,14


Na liturgia da solenidade que celebramos a Igreja nos propõe, com um especial carinho pastoral, as leituras que indico a seguir: 1 Leitura Gn 3,9-15.20; Salmo 97; 2 Leitura Ef 1,3-6.11-12; Evangelho Lc 1,26-38. Não deixe de ler, pois essas leituras esclarecem completamente a graça dessa celebração.


Sabiamente, a Igreja nos define de forma clara o dogma da Imaculada Conceição de Maria em duas partes na Santa Missa: na oração da coleta, onde se lê "Ó Deus, que preparastes uma digna habitação para o fosso Filho, pela imaculada conceição da Virgem Maria, preservando-a de todo pecado em previsão dos méritos de Cristo, concedei-nos chegar até vós purificados também de toda culpa por sua materna intercessão. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!" Eis a razão pela qual Maria foi concebida sem pecado: tornar-se uma morada digna para seu Filho divino. O segundo momento é o prefácio da oração eucarística, onde se lê "Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso. A fim de preparar para o vosso Filho mãe que fosse digna dele, preservastes a Virgem Maria da mancha do pecado original, enriquecendo-a com a plenitude da vossa graça. Nela nos destes as primícias da Igreja, esposa de Cristo, sem ruga e sem mancha, resplandecente de beleza. Puríssima, na verdade, devia ser a Virgem que nos daria o Salvador, o Cordeiro sem mancha, que tira os nossos pecados. Escolhida, entre todas as mulheres, modelo de santidade e advogada nossa, ela intervém constantemente em favor do vosso povo." Esta é uma verdadeira catequese, resumida em poucas linhas, sobre esse dogma tão fundamental da nossa fé mariana.


Nós temos uma mãe. E essa mãe, cheia de ternura, nos acolhe e nos leva sempre ao seu Filho. Eu ouvia as palavras de Dom Tarcísio, bispo diocesano de Divinópolis que presidia a Santa Missa em Conceição do Pará, que a salvação operada por Cristo é retroativa, e alcançou até mesmo sua Mãe, tornando-a toda santa e imaculada antes mesmo de sua vinda ao mundo, para que pudesse encarnar-se em um corpo inviolado pelo pecado.


Diante de tamanha grandeza da nossa fé, só nos resta suplicar à Mãe de Deus e da Igreja, Mãe de cada um de nós: "Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós!"


Que Deus nos abençoe a todos, por intercessão de Maria.


Abraços!




Eduardo Parreiras

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Tempo de esperas

Olá! Paz e bem!!!

Estou curtindo muito o tempo do Advento, este tempo de espera, da minha parte, e de fidelidade, da parte de Deus. Eu amo os ventos adventícios, que me trazem a esperança do novo amanhã, iluminado pela graça de ter um Deus feito carne que habitou e permanece entre nós.


A liturgia nos insere no mistério tão amável desse tempo, e nos convida à oração confiante, cujo objeto de amor é o Senhor que vem. O segundo domingo do Tempo do Advento foi marcado pelo salmo 84, que tenho o prazer de reproduzir aqui em texto e, após, em música (claro!).

MOSTRAI-NOS, Ó SENHOR, VOSSA BONDADE,
E A VOSSA SALVAÇÃO NOS CONCEDEI!

Quero ouvir o que o Senhor irá falar:
é a paz que ele vai anunciar;
a paz para o seu povo e seus amigos,
para os que voltam ao Senhor seu coração.
Está perto a salvação dos que o temem,
e a glória habitará em nossa terra.

A verdade e o amor se encontrarão,
a justiça e a paz se abraçarão;
da terra brotará a fidelidade,
e a justiça olhará dos altos céus.

O Senhor nos dará tudo o que é bom,
e a nossa terra nos dará suas colheitas;
a justiça andará na sua frente
e a salvação há de seguir os passos seus.


Bem, pessoal... fui tocado pelas palavras desse salmo. Se já sabemos que este tempo é propício para vivenciar a espera, torna-se claro que "está perto a salvação daqueles que temem o Senhor". Nossa redenção está muito mais próxima do que podemos imaginar. Nossa correria, o cansaço, o desânimo, os desgostos... tantos são os obstáculos que nos impedem de ver e contemplar a salvação que está para chegar, muito menos temos tempo para ver "a glória que habitará a nossa terra". Na verdade, tal glória já habita entre nós e, no entanto, não nos lembramos mais dela.

Verdade e amor já são palavras sem sentido em nosso tempo. Justiça e paz também. Fidelidade pouca gente sabe o significado. Porém, sabemos que "o Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas". Deus permanece o mesmo, independente do que pensemos a seu respeito. A justiça há de guiar os passos daquele que crer, cuja salvação será alcançada se trilhar os caminhos de Deus.

"Adveniat regnum tuum!"

Esta é a aclamação que deve existir no nosso coração no Tempo do Advento. "Que venha o teu reino!" Este é o desejo necessário para a espera Daquele que há de vir. Esperar não é para qualquer um... é só para quem teme e confia em Deus.

Recebi de minha amiga e futura afilhada Alauana Primo dois presentes. O primeiro, em meu aniversário, o livro "Tempo de Esperas", de Pe. Fábio de Melo. Terminei hoje a leitura. Fui profundamente tocado ao descobrir que preciso ter um jardim para cuidar, a fim de crescer como homem (leia o livro e entenderás porque digo isso, rsrs!). Preciso aprender a esperar e nenhum tempo é mais propício que o Advento para iniciar essa vivência. O segundo presente foi uma belíssima melodia do salmo que estamos a refletir hoje, nas vozes de Amanda Pinheiro, Cristiano Pinheiro e Davidson Silva, da Comunidade Católica Shalom, que nos exorta a viver esperando em Deus.


Esperar é necessário. Mesmo que provoque dor.

Até mais!!!!


Eduardo Parreiras

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

É preciso esperar

Boa noite, pessoal!!!

Eu amo o Tempo do Advento, pois me leva a esperar. Tenho experimentado a espera como um graça, pois por mim mesmo eu não sou capaz. Sou ansioso demais para esperar qualquer coisa, inclusive as coisas de Deus. Quero tudo no agora, no já... nada no depois.


A espera contradiz tudo o que nossa sociedade vive em nosso tempo. Ninguém quer esperar nada (inclusive eu!). No trânsito, nas ruas, no trabalho, faculdade, escola, família. Nada pode esperar. Tudo tem que ser pra já!!! E pronto! Não há o que comentar.

Poucos conseguem saborear a vida e torná-la doce. O sal está exagerado e a pressão sobe. A gordura dispensa comentários, e o colesterol mais alto que a estação espacial internacional. A glicose é inconstante e vive num sobe e desce frenético.

As tecnologias disparam sobre nós uma correria desenfreada pela atualização. Não posso ficar para trás, de forma alguma! Tenho que me manter conectado vinte e cinco horas por dia. Vinte e quatro é pouco. E os vícios vem tirar de nós os doces momentos (lentos) da vida.

A correria nos tira a graça do sabor das coisas. Não conseguimos mais admirar sorrisos, olhares, abraços e outros gestos que deveriam ser tão comuns. Cada dia leio coisas absurdas na internet e ouço bobagens infinitas na TV (e olha que não passo nem uma hora do meu dia assistindo algo na TV!). Até sites que eram para ser mais úties (como o Yahoo!, por exemplo), só apresentam bobagens em suas páginas iniciais.

A sociedade quer saber das fofocas das celebridades (ou subcelebridades); os resultados dos jogos de futebol e outros esportes; o que aconteceu na novela... como será a semana sem saber do bafão da novela??? Ahhhh!!! Não existe essa possibilidade!!!


A Igreja, por meio de seus preciosos tempos litúrgicos, nos ensina o essencial da vida, que é estar constantemente em comunhão com Deus. Nossa natureza foi criada por Ele e Dele depende. A parada é tão importante quando o caminho em uma viagem. Aguardar é necessário. Sempre.

Tenho pedido a Deus a graça da constância, para que eu seja fiel na espera. Mas tem sido difícil, muito difícil. É claro que a dificuldade existe. Sem ela não existe cruz e, consequentemente, ressurreição. Esse mistério é o que Deus deseja que vivamos. É mais simples do que imaginamos ou queremos que seja.

Nem sempre sentimos a presença de Deus. Fato. Esse é o exato momento da provação da nossa fé, quando não temos nada nas mãos para olhar e acreditar. É aí que reside a confiança mais desprovida de falsos anseios. É no deserto que se vence a tentação (Mt 4,1-11).

A ausência aparente de Deus revela a sua forma mais presente: a misericórdia. É nela que entregamos nosso ser; é a partir dessa experiência que nos tornamos capazes de entregar tudo a Ele. O coração de Deus, se debruça sobre a nossa miséria e, quando somos capazes de enxergar ambos, crescemos em grandeza de alma. Mesmo que o nosso coração esteja distante, Ele não desiste de nós. Isso se chama "onipresença" divina.


O Advento nos leva a contemplar os desejos de Deus para nossa vida. Entendê-los já é uma outra história, que não precisa ser contada.

Deixo uma música para oração na belíssima voz de Caio Bonicontro, da Comunidade Homem Novo, de Araxá-MG. Seguem a letra e o vídeo no Youtube.

Que Deus te abençoe e te conceda uma excelente experiência de espera neste tempo de preparação para o Natal...

Eduardo Parreiras




Deus de Milagres Caio Bonicontro
Deus tem um plano pra você
Basta só você querer
Tomar posse desse amor

Sinta Sua presença neste lugar
Ele vai te transformar
Nova vida te dará

Mesmo se distante esta teu coração
Ele não desiste nunca de você

Ele é um Deus de milagres
Ele é um Deus de cura
Ele é um deus de amor
E ele quer curar a tua dor
Ele é um deus tão presente
Ele não é invisivel
Você pode tocar
Sentir suas mãos a te levantar
E te dar a vitória

Fonte:
http://www.vagalume.com.br/caio-bonicontro/deus-de-milagres.html#ixzz1fQNfFSaE