sábado, 26 de novembro de 2011

"Adveniat regnum tuum!"

Boa noite, queridos!


Estamos próximos do término do Tempo Comum, celebrado em nossa querida Igreja para recordar a vida e os ensinamentos de Jesus, enquanto peregrinava neste mundo. Em questões de fé, todo fim tende a dar vida a um novo começo, como uma muda que dá lugar a uma rosa a desabrochar.




Viver o Tempo Comum é andar com Cristo e aprender Dele coisas importantes que residem em sua sabedoria. Seu Coração Divino se revela como a alma do pastor que se ocupa em guardar seu rebanho de ovelhas. Durante esse período de graça aprendemos mais sobre seus ensinamentos imersos nas parábolas e contemplamos os milagres realizados, como curas e libertações.


A liturgia nos convida a deixar de contemplar tais mistérios e começar a vivê-los de fato em nosso quotidiano. Cada Santa Missa celebrada é um momento intenso de cura e libertação, e a Igreja quer que vivamos essa graça. Cada oferta levada ao altar é um agradecimento que se sacramenta e se torna comunhão em nosso coração.




Tempo Comum não tem nada de anormal à luz da fé, mas é um chamado a viver uma religiosidade diferente. É um tempo de santificação em um mundo que só vive em pecado. Viver esse período significa procurar viver na prática o que se celebra no Nascimento, Morte e Ressurreição de Jesus, resumido em seu mandamento máximo: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo".


Esse tempo, composto de trinta e quatro semanas, é o tempo do amor, o momento que se estende por fazer valer na vida do cristão os ensinamentos que Jesus instituiu e praticou radicalmente. É bem propício criar raízes no Evangelho enquanto vivemos a liturgia que é celebrada nesse tempo. A cor verde, que impera na liturgia, torna real em nosso coração a esperança que se vive na prática das verdades do evangelho. Pela Palavra de Deus que refletimos nesse tempo, deixamos gotejar em nossa alma a Verdade da Salvação, que é o próprio Cristo.


A trigésima quarta semana do Tempo Comum dá lugar a um novo Tempo: o Advento. Nele, preparamos o nosso coração para receber o Cristo que vem. Aliás, o Cristo é sempre "Aquele que vem", o "Deus conosco", ou "Emanuel". Em Cristo Deus se fez presente neste mundo e veio ao nosso encontro. "Na busca de Deus, é Ele quem se apressa e vem correndo ao nosso encontro", dizia Santo Agostinho.




A chegada é sempre celebrada. Festejar um Deus que chega em nosso meio é algo que precisa ser compreendido, e o Tempo do Advento é exatamente esse período que a Igreja estabeleceu para que conheçamos melhor a encarnação do Verbo de Deus, assim como seu Retorno Glorioso.


"Adveniat regnum tuum", dizia Jesus em sua catequese sobre como devemos orar ao Pai. "Que venha o teu reino!" Esse é o desejo que todo cristão deve cultivar em seu coração. No Advento, temos quatro domingos que nos são propostos à conversão e à espera pelo Cristo que chega até nós. Por isso simbolizamos esse tempo litúrgico com uma coroa composta de quatro velas, que significam a luz que se expande à medida em que o Cristo se aproxima. É o tempo da "aproximação" de um Deus que nos ama e nos salva.


"Senhor, vós que sempre quisestes ficar muito perto de nós, vivendo conosco no Cristo, falando conosco por Ele (...)". Esta é a introdução da Oração Eucarística V, redigida no Congresso Eucarístico de Manaus pela CNBB. Esta é a realidade central da nossa vida de católicos: viver em Deus que, em Cristo, fez-se tudo em todos.


"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós!" (Jo 1,14). Essa é a realidade que esperamos, não no simples sentido de aguardar, mas de crer, aderir, desejar e comungar.




Comungamos o Cristo que veio até nós e permanece em nosso meio. Celebramos seu "memorial", que o torna sempre presente. Eis o significado do Natal: receber de novo um Deus que aqui já está. Nunca é demais dar um "oi" para o Cristo, que nos amor por primeiro.


Sendo assim, clamemos neste novo tempo: Vem, Senhor Jesus!  "Adveniat regnum tuum!" Que venha o teu Reino!


Tenho escutado muito a canção "Tu és Santo" de Adriana Arydes. Posto, antes do vídeo, a letra para que seja rezada. A parte grifada pode servir de direção espiritual para vivenciar todo este tempo em que clamamos a presença de Jesus no meio de nós.


TU ÉS SANTO
Adriana Arydes


Tão longe procurei no mais simples, estavas tão perto de mim
O som de Tua voz conduziu-me sem deixar-me um fio perder

Sendo humano, sou um sopro Teu
O que me nutre é poder te amar, ó meu Deus!
Tu és refúgio, alicerce para mim
Toda a minha seguraça está em Ti

Inclinai os Vossos céus e descei
Estendei do alto a Vossa mão
E não haverá mal que me possa afligir
Pois tenho a Ti, ó Deus, por mim!

Recebe o meu louvor, a minha oração
Presente para mim, é te render adoração
Por todo o Teu amor, por todo o Teu favor
Feliz sou eu, pois posso declarar: Santo é o Senhor!

Recebe o meu louvor, a minha oração
Presente para mim, é te render adoração
Por todo o Teu amor, por todo o Teu favor
Tu és Santo (4x)





Abraços!!!




Didu

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Missão e música

Boa noite, pessoal!


Hoje, dia 22 de novembro, celebramos a memória de uma grande santa e mártir da nossa Igreja: Santa Cecília. Como músico católico, é claro que busquei um pouco mais de conhecimento sobre essa grande mulher que foi perseguida e martirizada por não aceitar a negação da fé em Cristo, e acabei por descobrir uma grande afinidade com sua personalidade.




Cecília, segundo dados postados na Wikipedia, "é uma santa cristã, padroeira dos músicos pois quando ela estava morrendo, ela cantou a Deus. Não se tem muitas informações sobre a sua vida. É provável que,tenha sido martirizada entre 176 e 180, sob o império de Marco Aurélio. Escavações arqueológicas não deixam dúvidas, sobre a existência, mas sua história só foi registrada no século V, na narrativa Paixão de Santa Cecília."


Pois bem. Reza a tradição que Cecília foi condenada à morte por asfixia, por contrariar as leis do Império Romano ao afirmar sua fé em Cristo. Diz-se que, durante o processo de asfixia, ela não parava de cantar louvores a Deus, e não morreu. Também é conhecida a história de que foi prometida em casamento a um jovem chamado Valeriano, ao qual teria revelado a consagração de sua virgindade a Cristo, após seu casamento. Ele, então marido de Cecília, não só respeitou sua vocação como também se converteu ao cristianismo, recebendo o batismo imediatamente.


O que torna a história de Cecília interessante é que ela viveu a vida em Cristo em forma de música. Harmonia com a vontade de Deus, afinação com a fé e coragem de subir ao palco do martírio e cantar as glórias do Cristo Crucificado. Isso é música para qualquer cristão que queira viver o Evangelho como ideal de vida.


Nós, músicos católicos, devemos seguir esse exemplo de Santa Cecília e deixar que Deus cante em nós, através de nós e apesar de nós. Cantar em nós significa deixar que Deus realize em nosso ser uma obra nova, tornando-nos homens e mulheres capazes de aderir ao evangelho "radicadamente" (para não usar a palavra "radicalmente", que sempre soa, erroneamente, como "fanaticamente"); através de nós no que tange ao nosso chamado a ser evangelizadores pela arte, aonde quer que Ele nos envie; e apesar de nós, por nossos pecados e faltas, que não sejam obstáculos ao anúncio da Palavra de Deus.


O músico católico deve ter seus olhos fixos, antes da partitura, no altar. Lá inicia-se e termina a música que compomos, arranjamos, ensaiamos, entoamos, gravamos e fazemos ficar conhecida. Nenhum de nós pode tirar os olhos daquilo que é verdadeiramente santo pois, caso contrário, nossa música perderia todo o sentido, e seria realmente "nossa", e não de Deus.






O músico cristão precisa deixar de ser autor para ser instrumento. De que adianta a bela composição se não há como executá-la? O instrumento, que não tem vontade própria, pode oferecer (ou não) um belo som. Mas vai depender de quem o toca. Antes da preocupação com o instrumento, que é legítima e necessária, precisamos doar uma parte do nosso tempo ao terço e à sagrada escritura. Antes da escolha das músicas da missa, precisamos deter nossa atenção ao evangelho do dia. Antes da afinação dos instrumentos, está a afinação da nossa vida.


Por outro lado, não podemos acreditar que podemos somente confiar na graça que ela tudo fará. É claro que ela fará, mas com nosso esforço. Precisamos ser músicos "profissionais", no sentido mais místico da palavra. Professar significa aderir, tal qual a nossa "profissão de fé" implica em uma "adesão à fé". Temos que "professar" a nossa fé por meio da música, buscando sempre mais conhecimento na área artística, pois a Palavra de Deus precisa chegar com graça e beleza aos ouvidos incrédulos dos homens do nosso tempo.


Sejamos assim. Deixemos Deus afinar nossas notas da vida, compassar os nossos passos e escrever a partitura que Ele quiser em nossos corações. Sejamos humildes, como um simples húmus que torna fértil os corações daqueles que precisam conhecer a graça de viver em um Deus que se fez homem e habitou entre nós.


Doar o nosso tudo. Eis a nota mais afinada ao instrumento da nossa vida nas mãos de Deus.


"Oferta"
Comunidade Católica Shalom





Santa Cecília, rogai por nós!


Abraços!!!!!!!!!!!!!!




Eduardo Parreiras

domingo, 20 de novembro de 2011

CRISTO, REI DO UNIVERSO

Hoje celebramos a Solenidade de Cristo Rei, que é muito significativa para toda a Igreja e cada um de nós em particular.


No ciclo de celebrações do ano litúrgico, começamos a vivenciar a nossa fé, que é inteiramente centrada em Cristo, no 1° Domingo do Advento, preparando-nos para o Natal do Senhor. Depois das festividades do nascimento de Jesus nós temos a primeira parte do Tempo Comum. Neste tempo, refletimos sobre a vida pública e os ensinamentos de Jesus em suas parábolas e ações durante a sua peregrinação enquanto caminhava neste mundo. A seguir, com a Quarta-feira de Cinzas, começamos o Tempo da Quaresma, período em que a Igreja se prepara para vivenciar os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, na Semana Santa. A Páscoa, tempo mais importante do ano, nos concede a alegria de vivenciar a nova vida trazida pelo Cristo e a vitória definitiva sobre o pecado e a morte. Pentecostes é a solenidade que encerra este período festivo com a invocação e memória do Espírito Santo sobre todos nós. O ciclo termina com a segunda parte do Tempo Comum, quando voltamos para a vida pública de Jesus e seus ensinamentos.


A Solenidade de Cristo Rei não encerra apenas o Tempo Comum, mas todo o ano litúrgico. Tudo o que foi celebrado, desde o Advento, é retomado e vivenciado de forma sucinta nesta única liturgia, e proclamamos o Cristo como definitivo e eterno salvador de nossas vidas.

Jesus trouxe consigo ao mundo a possibilidade de contemplarmos, nele, o rosto de Deus Pai. Isso acontece hoje pela ação do Espírito Santo, que nos acompanha e santifica pela vivência da fé na Igreja. Dizer que Cristo "reina" é o mesmo que dizer que ele é "O Senhor", ou "O Proprietário", ou ainda "Aquele que renova o mundo". Ele é o centro da nossa experiência religiosa, sendo Ele mesmo o próprio meio de nossa "religação" com Deus.

Invocar o Cristo, Rei do Universo, consiste em permitir que o seu reinado aconteça no nosso coração, na nossa família, na comunidade, na sociedade e, consequentemente, em toda a humanidade. Jesus quer que sejamos súditos com direito a reinar com Ele, e esse reino precisa se estabelecer pelo mundo. Nossa conversão está fundamentada exatamente em deixar o Cristo reinar em nós, através de nós e apesar de nós. "É preciso que Ele reine!"


O Reinado de Cristo em nossa vida coincide com a sua providência e misericórdia. Sua coroa, feita de espinhos, nos é ofertada em forma de salvação; seu cetro real, a lança que o feriu, teve a nobre missão de atingir seu coração. Ele carregou seu próprio trono em forma de cruz e se apropriou completamente dele. Já sem seu manto majestoso, foi reconhecido como Rei pelo ladrão que, na mesma situação, se arrepende com as solenes palavras: "Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino!" (Lc 23,42). Então, ele assumiu com toda a nobreza de homem-Deus o seu reinado, dizendo ao ladrão arrependido: "Ainda hoje estarás comigo no paraíso!" (Lc 23,43) Logo em seguida, pendeu sobre o lenho da cruz e entregou seu reinado ao Pai: "Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito!" (Lc 23,46). Ao terceiro dia, ressurge vencedor para subir ao céus, onde deveria ocupar seu novo e definitivo trono, à direita de Deus Pai, na comunhão eterna do Espírito Santo.

O céu é o reino que o Cristo nos deu por herança, e é preciso viver a regra geral para pertencer a esse reino: "Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo." Esta é a constituição legítima que rege a nós, seus súditos.

Temos que proclamar o Cristo como Rei da nossa vida. É preciso desnudar o nosso coração da arrogância que o reveste e seguir o ensinamento de sua Mãe, Rainha do Céu e da Terra, Mãe da Igreja: "Fazei tudo o que Ele vos disser!" (Jo 2, 5)

Cristo, Rei do Universo, Reine sobre nós!!!


Canção "Divino Diálogo" de Ir. Kelly Patrícia



Eduardo Parreiras

Palavras ao vento

As mais belas palavras são aquelas que não precisam ser ditas, pois fazem sentido até mesmo antes de sua pronúncia. A palavra é bela em si mesma quando o sentido que traz em si é facilmente percebido por quem não precisa escutá-la.


A compreensão não é, entretanto, um necessidade básica da palavra, mas a percepção do que ela quer dizer simplesmente é o necessário para sua realização mais íntegra. Cada palavra traz em si mesma sua exata significação, mas não a percepção, que é doada por quem a pronuncia ou a escuta.

O mais belo na palavra é que ela não precisa existir para que o sentido seja. Uma imagem, uma foto, um som... é o necessário para que algo possa ser percebido, ou até mesmo entendido. Um olhar basta; um sorriso cura; um abraço liberta. Uma flor conquista, ombros elevados podem duvidar. Um arroz torrando ao alho e óleo aguça o paladar. Uma água fresca vence a sede. O ar mantém a vida.

A expressão nem sempre traz a palavra em seu significado mais profundo. Um aperto de mãos é mais útil para selar a paz do que um conjunto bem formado de palavras em uma ou várias frases.

Gosto muito das palavras por elas serem capazes de me transformar por dentro. É delas que eu extraio o que quero expressar, quando não encontro em outras formas o que me é mais exato para dizer sem o uso do vocabulário.

Não à toa, São João escreve no prólogo de seu evangelho que "a Palavra se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1,14), apresentando-nos o perfeito ponto de equilíbrio entre palavra e ação. É a literalidade do "Verbo", enquanto eu procuro o sentido das coisas nos substantivos. Quando procuro o significado nos nomes, eles estão nas ações. Devo aprender mais como utilizar as expressões nas ações ou estados da minha alma. As palavras passarão, então, a ter muito mais sentido para quem me lê.

O silêncio é uma pessoa que sempre me escuta. É nele que as palavras todas perdem ou retomam o sentido. É o lugar da reafirmação da minha fé, que não necessita de palavras para existir.


Eduardo Parreiras

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Enfim, Madrid!!!

Boa noite, meus queridos e feis leitores!

Hoje vou continuar minha partilha da viagem à JMJ Madrid 2011. Para recordar, já postei sobre Fátima (Portugal), Santiago de Compostela e Lugo (ambas na Espanha). Agora chegou a vez de falar sobre Madrid. Como é uma parte muito longa da viagem a ser partilhada, vou dividir em dois posts: um dizendo sobre as impressões que tive da capital espanhola, e outro, no qual partilharei sobre a experiência de vivenciar uma Jornada Mundial da Juventude.



Primeiramente, saímos de Lugo por via terrestre em uma agradável e tranquila viagem até Madrid, em uma viagem de aproximadamente 500 km. Nas moderníssimas autoestradas espanholas, tal distância deixa de ser cansativa.

Levando comigo a lembrança de D. Carmen, que me acolheu doce e espiritualmente em sua casa, deixei as emoções tomarem conta de mim durante esse percurso. Foram aproximadamente 6 horas de deliciosas lembranças. Não prendi as lágrimas e deixei Deus agir como quis. As palavras húmidas me rolavam dos olhos e isso fez um bem inestimável à minha alma, que ainda estava sob o efeito "deslumbrante" de estar visitando a Europa pela primeira vez.

Na chegada a Madrid, a emoção era inevitável. Ver as "Cuatro Torres" no horizonte madrilenho foi maravilhoso. A sensação de estar chegando ao "coração da Igreja jovem" era bem nítida e eu conseguia identificá-la com facilidade. A alegria me tomou por inteiro. Eu que não sabia o que me ocorreria nos dias em que estive por lá. Mas esse assunto virá no próximo post.


A primeira impressão foi de chegar a um lugar completamente diferente do que qualquer outra grande cidade brasileira. Conheço por aqui nove capitais estaduais e nenhuma delas se parece com Madrid. A cidade, que não é muito maior que Belo Horizonte, é muito organizada, limpa e conservada. Guarda um patrimônio rico em sua arquitetura e traçado urbano.


As praças, muito bem conservadas, deixam a cidade ainda mais alegre no quente verão espanhol. As temperaturas chegam facilmente aos escaldantes 40°C no verão madrilenho. O colorido das flores e as diversas tonalidades de verde são de encher os olhos.

Plaza Puerta del Sol

A arquitetura é exuberante. Ressalto a preciosidade da Catedral "Virgen la Real de Almudena", patrona de Madrid. Infelizmente, não a conheci por dentro. Todas as vezes (umas três) que estive por lá, estava fechada, com grande concentração de jovens em suas escadarias, e em todo o entorno da "Plaza de Oriente".

Catedral "Virgen la Real de la Almudena"

Plaza de Oriente

Junto à Praça do Oriente e em frente à Catedral, ergue-se o suntuoso Palácio Real Espanhol. Seu interior é ricamente adornado, em vários corredores, salas e aposentos reais com detalhes estonteantes... pude fotografar somente o pátio e a pomposa escadaria.

Palácio Real de Madrid

Hall do Palácio

Brasão de Armas Real da Espanha

Afresco no teto do Hall do Palácio Real

As ruas e praças de Madrid, embora estivessem abarrotadas de jovens peregrinos de todos os cantos do mundo, estavam relativamente limpas. A educação e cordialidade do povo espanhol é notável, assim como sua frieza no antendimento, que pode ocorrer por vezes. A culinária, quase sempre agradou. Não senti falta do nosso "feijão com arroz".


As igrejas são bem adornadas, com um estilo não tão majestoso como as nossas belíssimas igrejas barrocas do interior de Minas Gerais e outros Estados do Brasil.


O Museu do Prado, um dos mais importantes da Europa e de todo o mundo, guarda preciosidades às quais não cabem comentários. Vi obras de Velázquez, como "As Meninas" e "O Cristo Crucificado"... a "Anunciação" de Fra Angelico é estonteante!!! Pena que não pude, claro, fotografar as obras. Mas a memória doa ao coração belas cenas que enriquecem muito o espírito.

Museu do Prado ao fundo

Eu e Tia Fátima nos jardins do Museu do Prado

Jardins do Museu do Prado

O que mais prendeu minha atenção na cidade foi o sistema de transporte. A integração de Metrô, Trens Metropolitanos e Ônibus funciona com uma perfeição que deixa qualquer brasileiro boquiaberto. A cidade recebeu aproximadamente 1 milhão de jovens peregrinos durante a JMJ e não vi congestionamentos pela cidade. É óbvio que o sistema de transporte estava completamente sobrecarregado, mas não se via trens parados por panes de qualquer natureza, ou até mesmo por não comportar o número de turistas. Tudo funciona. É impressionante!

As estações de integração Metrô/Trem Metropolitano são gigantescas, como por exemplo a estação Atocha Renfe. Dá para se perder facilmente, tamanha imensidão do lugar. Detalhe: o que eles chama de "trem metropolitano" é um sistema de trens tão ou até mais eficiente que o próprio metrô. Uma maravilha!

Estação Atocha Renfe.

Apesar do calor escaldante do verão no sul da Europa, particularmente em uma das regiões mais secas da Península Ibérica, foi gostoso conhecer a capital espanhola. Ver o jeito espanhol de ser é interessante. Dá para perceber bem como se dão as influências na colonização latinoamericana.

Peregrinos por todos os lados seguravam os eficientes mapas que foram distribuídos pela organização da JMJ. Não era dificil localizar-se pela cidade.

Dentre as praças da cidade, destaco a "Plaza de Cibeles", local de acolhida do Papa Bento XVI na quinta-feira, dia 18 de agosto, e da Via Sacra com o Santo Padre, na sexta-feira, dia 19. Ergue-se na praça o belíssimo Palacio de Comunicaciones da Espanha. Uma preciosidade arquitetônica em pleno centro de Madrid.

Praça de Cibeles

O parque "Buen Retiro" também é lindo! Uma imensa área verde bem no centro da cidade. Ao lado, localiza-se a "Puerta de Alcalá", antigo pórtico que marcava a entrada para a cidade, aos viajantes que chegavam de outras partes da Europa.

Porta de Alcalá

Preciso ressaltar a beleza da Plaza de la Castellana, onde estão localizadas as "Torres de Europa", conjunto de dois prédios inclinados, revestidos em vidro, contrastando a arquitetura moderna com o estilo clássico, dominante pela cidade de Madrid.

Torres de Europa, Plaza de la Castellana

Parque de la Castellana

Enfim, para não me estender muito, finalizo com uma foto do grupo reunido em uma das alegres e coloridas ruas da cidade, repleta de peregrinos.

Nosso grupo em Madrid


Até o próximo post!!!

sábado, 12 de novembro de 2011

A Eucaristia é o carinho de Deus

Buona sera, fratelli e sorelle!!!

No último post refleti sobre a importância de se "experimentar" a Eucaristia, saborear as graças que emanam deste tão admirável sacramento. Quando falo da Eucaristia, não falo com propriedade ou conhecimento a respeito, mas com carinho.


Carinho tem a ver com cuidado. Lembro de uma fase deliciosa da minha infância, quando meu avô Josias ainda era vivo. Ele era bem alto e esguio, tinha uma força impressioante para a idade de quase 80 anos. Ele morava aqui do lado da minha casa, e não havia muro que separava nossos terrenos. Era uma convivência muito gostosa... Recordo-me dele sentado, sentando-me sobre suas canelas e levantando-me somente com a força dos joelhos... Eu me divertia muito! Levava-me a passear pelo bairro em seus ombros, imitando um cavalo em cavalgada. Porém, o que mais me emociona nesta lembrança são as vezes que meu avô rezou comigo. Poucas. Mas ouvi dele as primeiras palavras da Ave-Maria, e aprendi com ele que Maria é "cheia de graça". Meu amor pela Grande Mãe de Deus começou por herança do meu avô. Hei de agradecê-lo todos os dias da minha vida terrena e da eterna também por isso. Sou um católico extremamente mariano por influência do meu avô materno. Ele dizia que "quem é devoto de Nossa Senhora da Conceição" não sofre na hora da morte. Detalhe: ele faleceu aos 84 anos de idade, com um infarto fulminante que não permitiu que ele sofresse. Pura graça e providência de Deus, por meio de Maria! Mas estou partilhando isso para que você, querido leitor, perceba a importância do "carinho" em nossas vidas.

O carinho na medida certa tem o poder de ditar muitas regras na nossa personalidade. Acariciar significa, segundo o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (on line), dentre outros significados, "comprazer-se em conservar". Por conseguinte, "comprazer" significa "agradar, ter prazer, satisfação". Acariciar significa, então, "ter prazer em preservar". Quem acaricia doa um bem indestrutível a quem recebe o afago, ao passo que quem recebe a carícia ganha um elemento fundamental na edificação de sua personalidade: a mansidão.


A palavra "mansidão" vem, etimologicamente, da palavra latina "manus", ou seja, "mão". Ser manso é o mesmo que deixar ser tocado pela mão. "Bem aventurados os mansos, porque possuirão a terra." Mt 5,5. O homem manso é, portanto, carinhoso por excelência.

Olho para Jesus Eucarístico com muito carinho, pensando no carinho com que ele olhou para sua Mãe e o Discípulo que Ele amava do alto da Cruz (Jo 19,25s). Da mesma forma ele me amou em sua dor, e com carinho também amou o ladrão que se arrependera ao seu lado: "Ainda hoje estarás comigo no paraíso!" (Lc 23,42s). Sei que Ele me ama e me promete o paraíso, sem perguntar se arrependido estou de meus pecados, embora o deseje. Ele me acaricia com sua presença e me salva em sua misericórdia. Em seu Coração Chagado são sempre dissolvidos os meus pecados, e Dele nasce a nova vida que me impele à santidade.


Nós também devemos agir com carinho. Carinho tem sabor, cor e cheiro de misericórdia. Um toque é suficiente para se perceber a atitude afável, e sei que o toque de Cristo em sua Igreja tem o nome de Eucaristia.

Seja carinhoso com a Eucaristia. Ela é o carinho de Deus para conosco.

Ouça essa música e sinta amor por Jesus Sacramentado... Eterna Gratidão, da Fraternidade Toca de Assis.


Abraços...

Didu

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Mística Eucaristia

Boa noite, pessoal!!!

Desde a noite de quinta-feira passada tenho vivido uma experiência linda com a Eucarista. Estive, a convite de minha amiga Flaviana Martins, na Canção Nova de BH e participei da Santa Missa, presidida por Pe. Hamilton. Foi na simplicidade e no carinho com que ele presidiu a Sagrada Liturgia que pude experimentar o Cristo em toda a sua plenitude na Eucaristia. No sábado à noite, foi a vez de participar da celebração na Paróquia Santa Teresinha, também em BH, onde está o Pe. Antônio Damásio, que já considero como amigo. Desde esse momento, eu vivi intensamente o “dia do Senhor”. Dediquei todo o meu domingo à oração e à Eucaristia. À tarde, fui a um encontro com jovens e fui surpreendido com a graça e missão de levar Jesus Eucarístico até eles. Estava lá para receber e tive que doar primeiro, para receber depois.

Além disso, duas imagens me abalaram espiritualmente nos últimos dias. São fotos do jovem Padre Deivid Rodrigues celebrando a Santa Missa, postadas em seu perfil do Facebook. Seu olhar para Jesus Eucarístico no momento da consagração me deixou constrangido. Digo isso porque minha vida deve partir desse momento e  terminar nele.




É óbvio que ainda não sou um cristão católico digno do nome que carrego e, por vezes, envergonho-me por não corresponder à santidade do batismo que me foi concedido. Devo celebrar o dia 5 de Outubro tanto quanto o 22 de Setembro. É a data de meu nascimento para Deus, justamente ao lado do seu altar.

A Eucaristia me comove muito. Fico emocionado a cada Santa Missa e isso me impulsiona a ser santo. Sinto que a guerra santa pela qual passa minha personalidade está sendo ganha pelo céu, e isso me causa provações e transtornos na terra. Estou cada dia mais apaixonado pela Eucaristia, e reconheço que me sinto cada vez menos pertencente a este mundo. O altar tem feito mais sentido em minha vida do que minha própria casa, e muito mais ainda do que meu ambiente de trabalho.

Por mais que meu coração esteja dividido, ele sabe qual direção deve seguir. Na verdade, ele sempre soube, mas não quis enfrentar a realidade. Fugir da própria natureza é negar a criação.

No fim da tarde de domingo fui à missa celebrar com os jovens. Percebi que ainda sou muito jovem e, ao mesmo tempo, bem mais maduro. A “bagunça” era generalizada e não havia silêncio prévio em preparação para a Eucaristia. Muita conversa paralela durante a celebração e muita agitação marcaram a liturgia dominical. No entanto, optei por manter a paz interior e silenciar-me para que o Sacramento fosse realmente eficaz em mim.

Todos nós devemos aprender o silêncio. Ele fala tudo o que é necessário para a nossa vida de fé. Ser um cristão mesquinho já não vale a pena em um mundo que precisa de Deus, e definitivamente não combina com uma Igreja que possui o Cristo inteiramente pelos sacramentos. É como se disséssemos “feche os olhos e imagine que Jesus está aqui” diante do Santíssimo Sacramento exposto. E olha que eu já presenciei uma situação semelhante! Encontrar com Jesus em silêncio no meio da confusão é uma dádiva. E eu já posso dizer que sou um agraciado por conseguir experimentar um encontro tão íntimo com Jesus no silêncio do meu coração no meio de tanta agitação.

Até quando nosso coração estará fechado para a maior de todas as graças? Até quando vamos fingir que nada acontece diante de nossos olhos? Temos a mania de esperar milagres, mas não enxergamos o maior deles, que acontece sempre na Eucaristia.

Fico triste por ver que as pessoas ainda não conhecem Jesus Sacramentado, a grande maioria engajadas em algum serviço à Igreja. Creio que o maior serviço ao povo de Deus seja comungar para se tornar santo, uma vez que, membros de um único corpo, contribuímos para todo o povo de Deus seja levado a uma vida de santidade pelos sacramentos.

Esse olhar de Padre Deivid, ao mesmo tempo que me constrange, também me alegra imensamente. É possível perceber que há homens e mulheres na Igreja que tornam a Eucaristia ainda mais palpável, pela qual comungamos a presença de um Deus que se fez homem para habitar no meio de nós.

Jesus Sacramentado é a certeza do céu. A Ele o meu louvor, mesmo que eu não seja digno...

Podemos hoje refletir uma música que amo, de autoria da Celina.



Abraços!


Eduardo Parreiras

sábado, 5 de novembro de 2011

Maria e a Eucaristia

A diviníssma Mãe, imaculada desde toda a eternidade, encarnou-se na humanidade para provar que é possível converter-se a Deus de todo o coração. Deus a preservou do pecado para que o Cristo não tivesse contato come ele, conservando seu estado original de divindade. Maria, toda santa pela graça de Deus, deu seu sim para que a salvação viesse a este mundo. Ela, imaculada em sua conceição, coverteu o "Eva" em "Ave", dando a possibilidade para que o pecado de Eva fosse reparado por seu Filho Unigênito.


A Igreja, quando anuncia ao mundo que Maria é Mãe de Deus, isso significa que o Cristo, Deus em si mesmo, teve por receptora uma pessoa inteiramente humana, e provando que a Divindade de Cristo também passa pela natureza humana.

"Como posso merecer que me venha visitar a Mãe do meu Senhor!" Esta é a exclamação de Isabel, quando vê Maria chegando para estar consigo durante os meses finais de sua gravidez. Lc 1, 43.


Como podemos merecer uma Mãe tão amável? Como podemos chamar também de "Mãe" aquela que se tornou Mãe do Salvador? A resposta está simplesmente centrada na graça de Deus. Se Deus nos considerou merecedores de receber o coro e o sangue de seu próprio Filho, fez-nos também merecedores de ter uma Mãe intercessora no céu.

Maria, imaculada em si mesma, não deixa de ser a mãe das dores de seu Filho Unigênito e de seus filhos adotivos. Nós, pobres pecadores, recebemos na herança de Maria a intercessão para nossa conversão.

Por isso, denominamos a Santa Mãe de Deus como Nossa Senhora, Mãe do Santíssimo Sacramento. O Cristo que se entrega a nós eucaristicamente, também doa sua Mãe como nossa perpétua intercessora.


Eu mesmo, o Didu, ou Eduardo Parreiras e Silva conforme meu batismo, fui contemplado com uma conversão totalmente confiada a Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe! A Igreja a ama justamente como "Mãe de Deus e Mãe da Igreja", ou Mãe dos discípulos aos quais Jesus quis atribuir a missão de perpetuar a salvação.


Maria, Mãe de Deus, da Igreja e minha, Virgem do Carmo, rogai por nós!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Amado de minh'alma



Ó alma, porque não procuras teu amado senão em coisas vãs? Vai-te ao encontro dele, que te espera em ânsias de amor.

Vai e abraça-o; ele te acolherá como a terra acolhe a semente, como o útero recebe nova vida.

Corre, e Ele virá apressado ao teu encontro. Afaga-lhe a face, e Ele te dará amor. Acaricia-lhe o coração, e Ele te dará a vida.

Ó amado, que te encontras tão distante e tão próximo! Ó amado!!!
Que a distância não te separe de mim, e que meus olhos possam contemplar-te para sanar a saudade.

Quero correr ao teu encontro e beijar-te apaixonadamente. Que teu semblante seja a minha alegria perene...

Em que mais deverei alegar-me??? Não há!!!

Somente tu és o meu amado, e somente a ti quero!

Descansa em Deus, ó minha alma, descansa em teu amado. Ele te dará o descanso e a paz...



Eduardo Parreiras

Lugo e a experiência de Deus

Boa noite, queridos!

Hoje tive a graça de participar da Santa Missa na Comunidade Canção Nova de Belo Horizonte, bem no dia em que celebra seus três anos de reconhecimento pontifício. É a Igreja viva levando Jesus ao mundo!!!! Parabéns! Sua existência no mundo torna minha vida mais feliz!

Hoje continuo minha partilha sobre a viagem à Jornada Mundial da Juventude em Madrid. Chegou o momento de partilhar a minha experiência com Deus em terras longínquas. Agora sim, entro na programação da JMJ nos cinco dias de pré-jornada na pacata e acolhedora cidade de Lugo, na Galícia, noroeste da Espanha. Com aproximadamente 80.000 habitantes, a cidade, outrora "Lucus Aucusti", guarda uma história que remonta ao ano 25 a.C. Uma muralha, construída pelos romanos, ainda está inteiramente preservada em seu mais belo e rico conjunto arquitetônico.


A cidade também guarda uma das mais antigas tradições de adoração eucarística da Europa: há mais de 600 anos, Jesus Eucarístico é adorado perpetuamente em sua suntuosa catedral, dedicada à "Virxe dos Ollos Grandes" (em galego; Virgem dos Olhos Grandes, em português).


A nossa pré-jornada, chamada de "Días en las Diócesis" pelos espanhóis, se deu nessa deliciosa cidade que, além de sua receptividade, apresenta ao turista uma boa infraestrutura e gastronomia riquíssima. Lá, eu pude experimentar o melhor ravioli da face da terra! Nem na Itália se faz algo tão perfeito... sério!!! rsrs Acompanhado de vinho galego, é claro...


Fomos recebidos pelas autoridades locais, que nos apresentaram oficialmente a cidade, sua história e cultura, em uma solenidade na "Deputación de Lugo" (prefeitura municipal de Lugo, em uma tradução livre para o português).


Além dessas experiências próprias de um bom turista, foi nessa cidade galega que eu pude fazer minha experiência com Deus nessa peregrinação. Sim!!! Não tive meu encontro com Cristo em Madrid, mesmo com a presença do Santo Padre, o Papa Bento XVI. Madrid é uma outra história...

Em Lugo eu encontrei o Cristo, mesmo depois de me deparar com uma Europa completamente secularizada, sem fé. Eles nos doaram o cristianismo e ficaram sem sua religiosidade. Seus monumentais mosteiros servem hoje de pontos de interesse turístico pela arquitetura, história e arte que detém; mas não pela religiosidade que podem oferecer ao mundo.

Apesar de todo secularismo europeu, em Lugo pude ver o Cristo que mora no coração humano. Fiquei hospedado na casa de uma senhora idosa, chamada Maria del Carmen. Esse nome não foi dado a ela em vão.

Dona Carmen é uma mulher de fibra, cuja história nos faz encher os olhos de lágrimas, inevitavelmente. No primeiro dia em sua casa, não consegui entender bem o idioma espanhol: embolado demais! Mas meu coração compreendia a linguagem universal do amor! Essa mulher me fez compreender que Cristo é o homem-Deus que se submeteu à pobreza humana para redimir o homem. No coração dela eu pude fazer valer a pena todo o esforço que concentrei durante todo o ano de 2011 para ir à JMJ.

Não vou dizer como ela preparou o apartamento para nos receber. Eu e Márcio Santos fomos agraciados por encontrar o Cristo no coração dessa mulher. Suas conversas à noite podeiram durar até hoje... pudemos conhecer o coração imaculado da Santíssima Virgem Maria, novamente humanizado na pessoa de Dona Carmen.


Seu semblante sempre alegre não transparece um coração sofrido, que passou por provações imensas durante a vida. Seu marido teve paralisia múltipla aos trinta anos de idade, ela precisou tocar a empresa da família sozinha, cuidando também dos três filhos. Eu pude contemplar no coração dessa mulher a força e a realeza de Maria...


Sua humildade fez minha JMJ valer a pena. Ao término dos dias em Lugo, já conseguia entender perfeitamente o espanhol embolado de Dona Carmen, ajudado pelo amor que emana de seu coração. A ela devo uma das maiores experiências que já tive com Deus!!! Dona Carmen, obrigado por tudo! 72 anos de história e alegria que encheram a minha alma de força!!! Chorei muito na partida de Lugo para Madrid, depois de vê-la acenar pra mim e dizer, com gestos, que eu moraria eternamente em seu coração!!! Seu adeus acenado por suas delicadas mãos rendeu deliciosas lágrimas em minha viagem para a capital espanhola. Ali foi consumado em meu coração o amor de Deus por mim!

Eu poderia postar um mês inteiro somente sobre as conversas que tivemos com Dona Carmen. Mas não posso deixar de mencionar que a cidade de Lugo também  nos reservou momentos profundos de espiritualidade, dentre eles o "Santo Rosário pela muralha", quando percorremos todo o perímetro da milenar muralha romana, contemplando os mistérios do santo terço.


Da muralha, podia-se obter belíssimas paisagens da cidade à noite, enquanto contemplávamos os mistérios do terço.





A bela cidade romana guarda tesouros que só podem ser revelados na convivência com os piedosos e poucos católicos que encontramos por lá. Os sacerdotes, formados pelo Seminário Diocesano de Lugo e sob a custódia de seu bispo D. Alfonso, nos deram a missão de orar pelo cristianismo europeu.

Enfim... tantas coisas maravilhosas nos aconteceram em Lugo, que jamais poderão se apagar de nossos corações... Yolanda, responsável por nossa acolhida na paróquia de Santiago A Nova, foi maravilhosa conosco!


A galera que esteve na cidade para participar dos Dias nas Dioceses também era muito legal: nós brasileiros, venezuelanos, australianos e irlandeses unidos em uma só fé...


Enfim... Lugo deixará saudades imensas, até o momento em que eu possa visitá-la novamente. Não sei se tenho o direito de pedir a Nosso Senhor uma nova visita ao povo que me fez sentir no coração de Deus mas, se eu puder, peço encarecidamente que Cristo me ouça... aquele povo é maravilhoso demais para não ser revisitado.

Por hoje é só. Para reflexão, posto uma música que reflete a afinidade de minha alma com a de Dona Maria del Carmen.



Que Deus abençoe o povo galego. Minha experiência com Deus passou pelos corações desses cristãos que trazem em si a marca da cruz.

Até a próxima, se Deus quiser!


Didu