terça-feira, 20 de novembro de 2012

O TEMPO DA PALAVRA


Boa noite, povo amado de Deus!

Após mais de quatro meses afastado do blog, volto com uma saudade imensa de escrever. Na fala eu não tenho habilidade, e isso já é de conhecimento de quem acompanha um pouco a minha vida, mas gosto muito de escrever e nem sempre tenho tempo para doar às letras.


Sou apaixonado pela linguagem. A comunicação, além de essencial na vida humana, é também fascinante para quem se dispõe a observá-la e refletir sobre ela. Falar, escrever, tentar fazer-se compreendido... como é bom saber que podemos nos comunicar!

Muitos de nós não damos a mínima importância ao que lemos e ouvimos. Não temos interesse em escutar, muito menos em ler. Queremos ver, consumir, ouvir... Uai... como não temos interesse em escutar mas queremos ouvir? Não são significados iguais? Não!

Ouvir está mais ligado à audição, um dos nossos cinco sentidos. Ouvimos tudo ou quase tudo. Escutar já é mais subjetivo e insere valores que devem ser agregados à vida. Ouvir uma música católica, por exemplo, é fácil... o difícil é deixar que ela tenha espaço na existência. Esse "espaço na existência" só pode ser compreendido por quem escuta, ou seja, presta atenção às realidades da vida que o rodeiam. Sob essa perspectiva, escutar exige uma postura ante a vida, o que nem todos querem.

Falar todo mundo quer, escrever talvez. Muitos não querem ter trabalho, mas apenas usufruir do trabalho de outrem. É assim que surgem os trabalhos copiados nas universidades, as paródias musicais, as atitudes nas ruas, as perspectivas televisivas, os ideais mais folclóricos do que óbvios. Sentir todos sentem, mas saber o que se sente é propriedade de muito poucos.


Gosto de escrever porque tenho facilidade de me expressar pelo teclado do computador e minha fala não corresponde à necessidade. Sou lento demais para raciocinar na fala, que não permite "backspaces" nem "deletes". A fala fica na memória e não pode ser apagada. A escrita sim, e pode ser até editada... Gosto disso.

Que a minha palavra passe pelo coração, a fim alcançar seu objetivo, que é construir alguém. Esse alguém pode ser quem quiser crescer na fé, no amor e na esperança, sendo que a esperança pode, muitas vezes, ser comprometida pelas letras. Mas as letras podem ser editadas, o que não ocorre no caso da esperança. Quem espera crê, e ponto final.

A palavra escrita é mais caridosa que a dita, porque a interpretação vai depender do interlocutor e não tanto dos olhos de quem diz.


SOY PAN, SOY PAZ, SOY MÁS
Piero, conhecida na voz de Mercedez Sosa, aqui interpretada por Maninho e Ziza Fernandes



Paz e bem!

Eduardo Parreiras


terça-feira, 31 de julho de 2012

DESABAFO



Graça e paz!

Muitas vezes me pergunto o porquê de tanta divisão, calúnia, injúria, injustiça e tantas coisas ruins presentes no mundo. Incomoda-me o fato de a futilidade das pessoas muitas vezes ser prejudicial a quem não pode reagir às determinações de quem detém o poder, ou sequer tem ideia do prejuízo causado a quem apenas precisa obter, a cada dia, a sobrevida.


O mundo hoje nos leva, muitas vezes, a abdicar de coisas importantes, tal como o sorriso, o abraço, o aperto de mãos desprovido de negociações ou acertos. Rir de bobagens sem compromissos com os amigos, rezar de mãos dadas com alguém e dizer que ama olhando nos olhos; silenciar-se diante das idiotices faladas ao bel prazer de outrem; não reagir às maldosas fofocas que só intentam destruir a imagem de alguém; manter uma fé e lutar por ela, mesmo vivendo imperfeitamente; identificar-se com uma determinada comunidade religiosa que propaga o bem, embora alguns de seus membros só contribuam para a disseminação do mal do mundo, contaminados pelo próprio mal... tantas coisas boas já não fazem sentido para uma maioria que não entende a beleza, singeleza e a força da simplicidade.

Há muita gente deixando sua humanidade perecer enquanto submerge em futilidades, que menos mal seria se não fossem apenas entraves à criatividade e crescimento da personalidade; mas não... elas fazem o homem descer a níveis inferiores de dignidade e inteligência. Não falo de imperfeição, mas de prejuízos à natureza humana.

Qual a necessidade do homem no mundo? A resposta que edifica é apenas uma: ser objeto, e sentir-se como tal, do amor de Deus. É preciso deixar de apenas contemplar a beleza do céu por trás de grades que prendem e não permitem viver o amor em sua plenitude. As imperfeições não podem ser obstáculos intransponíveis para vivenciar um pouco do céu.


Sejamos de Deus. Quem acha que não se ganha nada, não deixa de perder nada.


MALTRAPILHO
Maninho



Deus nos abençoe...


Eduardo Parreiras


sexta-feira, 6 de julho de 2012

CAMINHO PARA O CÉU



Boa noite, amados!

Depois de um grande sumiço do blog por uma inquietante falta de tempo, volto para partilhar com vocês novamente.

Deus sempre me dá graças simples, mas tremendas, e me mantém na fé e no amor, sem perder a esperança. Mas há uma graça que é de suma importância para a caminhada cristã: a amizade. Ultimamente tenho experimentado a alegria de ser amigo e de ter amigos; situações diferentes com o mesmo propósito e o mesmo resultado.



Ser amigo está no âmbito da humildade e doação de si mesmo a quem precisa de um pouco mais de humanidade. É lindo perceber que a doação do "ser" promove um encontro profundo com Deus, de quem se abre a Ele por intermédio de um coração amigo. Há um sério engano quando se pensa que a humanidade é completamente separada da divindade e vice-versa. Na verdade, quem se humaniza de forma sadia acaba no coração de um Deus que quis se fazer homem, para remir a essência outrora perdida. Quando Deus se fez homem e veio morar em nosso meio, doou ao máximo a sua amizade por cada um de nós, fazendo-se nosso melhor amigo. "Já não vos chamo servos, mas amigos", dizia o Senhor. (Jo 15,15)

Tornar-se amigo é uma atitude humilde, já que o termo remete a "húmus", terra fértil. Portanto, humilde é aquele que se faz terra fértil para que floresça a graça de Deus no coração do outro.

Ter amigos está no âmbito da recepção e da mansidão. Receber não é tão simples como se pensa, porque todos querem receber amor, mas doar é para poucos. Porém, a doação resulta na recepção, em um ciclo que nunca se esgota. Para receber bem é preciso aprender a doar bem. É fácil doar o que já não é útil, mas o que é novo e belo... ah! Como é difícil! A roupa velha é doada com uma facilidade muito diferente da roupa nova, mas quem sabe dar o melhor de si mesmo já conquista a totalidade do sucesso do ato pela nobreza que ele contém.

Precisamos saber receber, tal como devemos saber doar. Para isso a mansidão é fundamental. Essa palavra vem de uma outra palavra latina, "manus", que significa "mão". Manso é aquele que se deixa tocar pela mão de outrem. O amigo é, portanto, aquele que se deixa tocar por nossa vida e permite que a graça de Deus fortaleça e mantenha esse toque.

O amigo é aquele que lê a alma com os olhos, com o coração, com as mãos, com os braços, com os ombros, com SMSs, e-mails, mensagens e menções; é aquele que ainda utiliza os Correios para enviar um presente, que faz chorar; ou uma carona, só para ter mais tempo de ouvir a voz que tanto lhe revela Deus. Alguns amigos vão mais além, são audaciosos ao ponto de pegar uma lágrima e apropriar-se dela com uma legitimidade que só a amizade pode conferir. O amigo é aquele que chama para estar junto e, mesmo que você não possa, ele vai chamar de novo outra hora... é aquele que ri de babaquices sem compromisso, só pra te ver feliz. Faz você cantar no telefone, e só não te mata de vergonha porque não é ao vivo e a cores! É aquele que lê a alma de longe, mesmo fingindo que tudo está bem. É aquele que põe um apelido ridículo, só porque quer ter uma cumplicidade maior. É aquele que se esforça, mesmo não sabendo o que vai encontrar pela frente, para te ver de perto.


O amigo é aquele que salva e mantém salvo, ama e mantém no amor, reza e mantém a intercessão. É aquele que, aproximando-se de Deus, leva a Ele para que não se perca do caminho e se mantenha como alvo do Divino Amor.


Aos meus amigos, graça e paz... aos que não são amigos, também!

Amo vocês!!!!

ARVOREANDO
Maninho





Eduardo Parreiras


sábado, 2 de junho de 2012

O AMOR EM NOSSAS MÃOS





Estou aqui a experimentar o amor.
Ele não chega, nem vai embora.
Não tem artifícios, nem se ancora à natureza imperfeita.
Não passa, nem permanece.
Eu o desejo, mas não o tenho.
Eu o tenho, mas não o sei desejar plenamente.
Ele me compromete, e me sinto atraído.
Avanço, ando, paro, volto, fico.
Ali não há incerteza, nem cansaço, nem dor que me atormente.
Nada devo, temo ou mereço.
Quem sou eu para ser audaz o bastante para desejá-lo?
Ele, apenas, é em mim: o amor.



QUEM É ESSE DEUS?
Comunidade Católica Shalom



Eduardo Parreiras

terça-feira, 22 de maio de 2012

CORAÇÕES AO ALTO



"Naquele tempo, Jesus disse aos discípulos: Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. Eis os sinais que acompanharão aqueles que crerem: expulsarão demônios em meu nome; falarão novas línguas; se pegarem em serpentes e beberem veneno mortal, não lhes fará mal algum; e quando impuserem as mãos sobre os doentes, estes ficarão curados. Depois de falar com os discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu e sentou-se à direita de Deus. Então, os discípulos foram anunciar a Boa Nova por toda parte. O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra pelos sinais que a acompanhavam." Mc 16,15-20


Amados irmãos em Cristo, graça e paz!

Hoje sinto uma necessidade de partilhar um pouco sobre a importância da festa da Ascensão do Senhor, cuja liturgia celebramos no último domingo. Baseada no trecho do evangelho de São Marcos citado, a liturgia dominical do penúltimo domingo do Tempo Pascal nos sugere seguir o exemplo dos discípulos que, primeiramente, viram Jesus subir ao céu e, em um segundo momento, foram anunciar o evangelho por toda parte.


Vejo duas propostas fundamentais a quem quer seguir Jesus. A primeira consiste em olhar para o céu e desejá-lo de todo coração. Sinto uma necessidade enorme de olhar para o céu e contemplar sua beleza. Refiro-me também a este céu que vemos, o firmamento, no qual podemos fitar a lua, as estrelas, outros astros e, durante o dia, o sol que ilumina, e as nuvens, que desenham de branco a imensidão azul.

Olhar para o céu é uma atitude nobre, que exige conhecimento da terra. Não se pode olhar para lá sem deixar de saber o que se passa por aqui, ao nosso redor, como se o céu fosse a única realidade existente. Mas não é. Temos a terra, objeto primordial do amor de Deus.

É interessante perceber que, no segundo momento os discípulos, já sem a presença "pessoal" de Jesus, começam a levar a sua Boa Nova a todos os cantos, por onde podiam ir. Eles não se contentavam com a visão do céu e levavam a todos os lugares a notícia maravilhosa de que Jesus é o Filho de Deus, Verbo Encarnado, que assumiu a nossa carne para termos com Ele a vida eterna, pela remissão do pecado.

A obra salvífica de Jesus não acontece no céu, mas na terra. Jesus era tão apaixonado pela terra que andava por ela, dizendo aos povos que cressem e se convertessem ao seu evangelho. Pelos caminhos realizava curas, milagres, libertações... ressuscitou mortos e ceou com os marginalizados. Permitiu que mulheres, inclusive estrangeiras, se aproximassem. Levantou da mais profunda miséria a pecadora condenada. Foi crucificado em meio a dois malfeitores... carregou, sozinho, os escárnios que lhe foram impostos por nosso pecado.

A festa solene da Ascensão do Senhor me chama a olhar para o céu, mas com profundo amor à terra. A morada celeste, a mesma para onde quero ir, é também para os meus irmãos, e o próprio Senhor me pede que eu também anuncie tal morada eterna. Enquanto o coração fica amarrado à meta celeste, as mãos e a inteligência ficam na terra, para que muitos se convertam e possam também desejar o céu.

É preciso ancorar o coração no céu. É preciso amar o céu, pensando que a terra pode ser um lugar melhor, com menos sofrimento e dor. Nem Deus, nem o homem, desejam o sofrimento, embora deva ser considerado para o crescimento humano quando não puder ser evitado. A atitude de amar os irmãos é fundamental para ancorar firmemente o coração no céu, repetindo o exato movimento proposto na conclusão do evangelho de São Marcos: primeiro o olhar se volta para o Cristo Ascendente, que é entronizado ao lado do Pai.; depois, a cena se volta para a terra, para o amor que precisa ser anunciado, experimentado e vivido. O amor precisa ser amado... O amor enquanto ação assume várias formas: o olhar, um auxílio, um cuidado, uma companhia, uma oração. Todas são partes do amor inteiro, que é Cristo. Portanto, não devemos reduzir o amor a apenas  um ou outro gesto concreto, mas ao coração que age para favorecer o bem na vida do irmão.

As amizades são uma forma belíssima de ancorar o coração no céu, porque o coração do irmão pode se tornar o nosso céu, se o soubermos amar. Tenho feito a experiência de amar assim, livremente, independente de conceitos restritos do amor. Tenho experimentado amar com o olhar, com a oração, com a lembrança e até mesmo com a indiferença. Ao ser indiferente com algumas pessoas, não quero que sejam ainda mais feridas por mim, mas pretendo evitar que tenham ainda menos chance de me amar. Quando escancaro o meu coração a um novo amor é porque quero investir o amor que vem de Deus naquele coração. É o amor que cura, salva e liberta. O amor é a âncora do coração em Deus, e os amigos são os barcos que nos conduzem pelos mares tempestuosos das nossas imperfeições.

Amemos o céu, sem deixar a terra. Quando formos para lá, levaremos daqui o amor que Cristo nos deixou e pediu que espalhássemos pelo nosso mundo.

Hoje sugiro uma belíssima canção da Comunidade Católica Shalom, que tem tomado um enorme espaço nas minhas orações nos últimos dias...


VIVER E MORRER
Comunidade Católica Shalom (Álbum "Um só Corpo")



Que Deus nos conceda toda graça e toda paz!
Shalom!


Eduardo Parreiras

domingo, 13 de maio de 2012

MÃE DA VIDA


Boa tarde, amados em Cristo!

Hoje, neste dia 13 de maio, em que celebramos como Igreja a festa dos 95 anos das aparições de Nossa Senhora em Fátima, temos também a alegria de festejar tão lindo dia na presença de nossas mães. Creio sempre na Divina Providência, e vejo que é realmente providente que os dois motivos celebrativos tenham coincidido.


Maria, Mãe de Deus e nossa, intercede sem cessar por nós no céu, para que sejamos gerados neste mundo como autênticos cristãos, como pessoas de bem, dispostas a amar e mudar o mundo pela força do amor. Ela, gerando Cristo em nós, também nos gera como novos sacrários vivos, com a missão de levar a experiência da Cruz aos confins da terra.

Maria é um exemplo de graça, paz, fé, amor e esperança. Ela, movida pela palavra que lhe foi dirigida, não pôde dizer senão o "sim" que seria a porta de entrada para a nossa remissão; ela, jovem e casta, quis abraçar os planos de Deus, mesmo sem conhecê-los. Por sua vida, a vida se vez morte para reviver em nós perpetuamente.

Cristo, nosso Esposo Ressuscitado, Amado de nossas almas, primeira e grande realidade, motivo maior da nossa vida, foi por ela gerado e veio morar no meio de nós. O Cristo que nos salva é o mesmo Nazareno Filho de Maria. Em suas veias correram o sangue da humanidade, que lhe veio de Maria.

Maria é minha mãe desde antes que eu viesse a este mundo. Minha mãe, quando estava no sétimo mês de gravidez, teve uma crise epilética durante o banho, e caiu com a barriga na quina do vaso sanitário. A partir de então, eu não mexi mais em seu ventre e, no hospital, os médicos queriam que eu fosse abortado. Minha mãe não permitira que fizessem nada, até que, após vários dias de exames, constataram a minha suposta morte. Os médicos preparam o bloco cirúrgico e a enfermeira foi até o leito buscar minha mãe, para que eu fosse retirado de seu ventre.

Minha mãe, desesperada e sem ter como reagir, teve apenas a fé como motor de sua alma naquele momento. Assim que a enfermeira chegou para buscá-la, eu mexi e ela começou a gritar, dizendo que eu havia mexido. O médico veio examinar e não ouviu, novamente, sinal algum de vida. Quando se retirou, eu mexi novamente e, desesperadamente, minha mãe gritou por ele, para que voltasse, pois eu havia mexido uma segunda vez. Quando ele tentou escutar meu coração, ele o ouviu fraquinho, mas vivo! E o aborto não foi realizado!

Este é o quadro de Nossa Senhora de Fátima que fica propositalmente na porta de casa. Ela, que é a "Porta do Céu"!


Durante aqueles dolorosos dias de incertezas, em que minha mãe estava internada, minha tia e madrinha de batismo havia feito uma promessa a Nossa Senhora: ela subiria ao Santuário da Serra da Piedade, em Caeté-MG, comigo ao colo, e me entregaria nos braços da Mãe da Piedade. Isso, de fato, ocorreu! Fui batizado e consagrado à Santíssima Virgem Maria, por vontade de minha mãe, Aldete, e minha madrinha de batismo, Irani, a quem devo tal consagração a tão imenso e Imaculado Coração!


Quando eu era adolescente, aos 15 anos de idade, minha mãe precisou passar por uma difícil cirurgia cardíaca, para reconstituir a válvula mitral, que estava calcificada. Mais uma vez, minha mãe se aproximou de Nossa Senhora, agora sob o título de "Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento", e me entregou a ela. Em seu coração, havia a certeza de que não sobreviveria à cirurgia, e pediu à Mãe de Deus que cuidasse de mim como a um filho de verdade. E Ela o fez! Trouxe-me de volta ao que hoje é a razão da minha vida, a alegria única e primeira da minha alma: o altar do Senhor! É nele que me realizo e alegro; é na Eucaristia que eu me refaço. É para Ela e por Ela que eu ando o mundo se for preciso... Ela é, para mim, a Mãe da Vida!


Hoje eu dedico o "sim" de Maria a todas as mães do mundo. A minha primeira Mãe me deu a oportunidade de conhecer minha segunda mãe, Aldete, e me deu a graça de receber o Santíssimo Salvador em aspecto de pão. Ela, por seu "sim", move minha alma a dizer um "sim" parecido, com a intenção de gerar Cristo no mundo. Meus pecados, defeitos e arestas, são compensados pela beleza da Grande Mãe de Deus, que me corrige, ensina, educa e protege.


Maria, Mãe de Deus, da Igreja e minha Mãe, rogue por mim! Quando eu chegar ao céu, quero que a Senhora me leve a Jesus, para que eu possa deitar minha alma em seu Coração Divino, por toda a eternidade!!!

Mãe do Céu, te amo!!!
Mãe da terra, te amo!!!


A PORTA DO CÉU
Comunidade Católica Shalom - Álgum "Um só Corpo"




Abraços de um filho imperfeito, mas apaixonado por suas duas mães!

Eduardo Parreiras




sexta-feira, 4 de maio de 2012

INDIGNIDADE



Boa noite, queridos!!!

Graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo!!!


Vou partilhar com vocês uma música que conheci na segunda-feira, por meio de uma galera fantástica de Volta Redonda - RJ, que esteve aqui em Contagem, na casa do meu amigo e futuro afilhado Ramon Cardoso.

Preciso dizer que tenho vivido intensamente o mistério da Cruz de Jesus, e todo o amor que a Paixão do Senhor contém. Embora eu seja ínfimo demais para merecer tamanho amor, não consigo sequer abandonar essa realidade, que tem tomado conta dos meus dias. Fico refletindo as dores de Jesus, que sofreu tudo por mim sem que eu merecesse. Eu sou um flagelo humano, uma sarna que contribui para o fracasso da humanidade a cada pecado que cometo. Quando paro diante do crucifixo e contemplo a imagem, não posso me sentir senão um lixo, diante de tão precioso sangue que por mim foi derramado.




Jesus se aniquilou por inteiro, sem reservas, e sem culpa alguma tomou sobre si todas as minhas culpas. Eu, em meio à sujeira que estraga a essência humana, não mereço ser mencionado entre os nomes daqueles que foram gotejados pelo sangue precioso do Senhor. Não tenho a menor dignidade de receber ao menos um olhar de Jesus, aniquilado pelos maus desejos, pelas minhas inclinações em cometer os delitos que o condenaram. Meus pecados ofuscam a minha visão do Calvário. O mundo quer, a todo custo, embaraçar meus olhos, meus ouvidos e minha mente, numa tentativa maléfica de me afastar da realidade fundamental da minha vida. Preciso me subjugar à graça santificante que brota infinitamente do Lenho da Cruz.

Não quero, nem pretendo, julgar as pessoas, mas posso e devo fazer um bom exame de consciência a respeito de minha pessoa. É certo que não vivo como me foi prescrito nos evangelhos, e não sou merecedor de tão grande graça. Não posso usar o nome de Cristo, tampouco usar a sacratíssima imagem de sua Cruz em meu peito!

Não por acaso a Igreja usa a fórmula "Senhor, eu não sou digno de que entrei em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo!" na liturgia da Santa Missa. Eu não poderia, em hipótese alguma, me aproximar do altar sem pronunciá-la. Não que ela me redima, mas é preciso que eu tome consciência de que a comunhão é um ato supremo de doação de Nosso Senhor.

Eu jamais poderei me acostumar à misericórdia de Deus! Pretendo que ela seja sempre nova em minha vida. Que ela não seja um "algo a mais" em minha história, mas a razão única, última e primeira do meu existir.

Ontem, dia 3 de maio, celebrei uma data muito especial: 20 anos da minha Primeira Eucaristia. Há duas décadas eu me aproximo do altar do Senhor, mesmo não sendo digno de tamanha graça!

A música da Banda Arkanjos me quebrou ao meio. Acho que o recado do evangelho foi dado, dois séculos depois, a um filho ingrato, mas que reconhece ser dependente de cada gota de sangue jorrada no Calvário no início da presente era.

Mesmo que eu não seja digno de carregar o sinal da Cruz no peito, hei de trazê-lo comigo. Que a Paixão do Senhor motive os meus passos, os meus dias e os meus anos... Que cada grito de Jesus seja um motivo a mais para que eu ressuscite, gloriando-me do nome santo que está acima de tudo! Sou feliz, completamente realizado, por ser "a Igreja da Cruz"!

"Jesus, embora eu não mereça ser citado por teus santíssimos lábios, entrego minha vida inteira à tua misericórdia. É por ela, só por ela, que posso ser lembrado por vosso ato de amor e salvação, concretizado pela cruz e definitivamente selado por tua ressurreição. Só posso dizer, com toda a imperfeição que eu possa conter, que te amo!"


SANTA CRUZ
Banda Arkanjos


Indigno,

Eduardo Parreiras

segunda-feira, 30 de abril de 2012

O MISTÉRIO DO AMOR INTEIRO



CRISTO, O BOM PASTOR


Boa tarde!


Ontem vivemos o 4º Domingo da Páscoa, dia em que celebramos a festa de Cristo, Bom Pastor. O Evangelho proposto pela liturgia é riquíssimo, e vale ser citado em parte:


"Jesus disse: Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. O mercenário, que não é pastor e não é dono das ovelhas, vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e foge, e o lobo as ataca e dispersa. Pos ele é apenas um mercenário que não se importa com as ovelhas. Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pela vida das minhas ovelhas." Jo 10,11-16


Como sabemos, o pastor é aquele homem do campo, que cuida das ovelhas. Por elas ele se consome e doa seu tempo, para que não se dispersem. O rebanho é o conjunto de ovelhas, que precisa andar unido para que nenhuma ovelha se perca. O redil, por sua vez, é o lugar propício das ovelhas, onde elas repousam depois de pastarem durante o dia, cujo zelo também cabe ao pastor.


Nesta primeira imagem, temos a figura de Jesus, o Bom Pastor, dando de comer a uma ovelha. Gosto muito dessa representação, porque ela sugere um Cristo que alimenta, que dá vida, nos salva e nos dá coragem. Todos aqueles que se fazem ovelhas para seguir o Bom Pastor, são também por Ele alimentados. Vejo nessa imagem uma clara alusão ao catolicismo, no qual o Cristo alimenta seus irmãos pelo Pão e pelo Vinho da vida eterna, a Eucaristia.


A segunda imagem nos sugere uma figuração muito própria da Igreja, que pode ser entendida como o redil das ovelhas. O Cristo, ao mesmo tempo que guia o rebanho, também acolhe aquela que provavelmente tende a se fatigar, e não consegue mais andar. Ele a leva aos ombros, que simbolizam o equilíbrio e a temperança. Com Jesus, nossa vida tende a ser leve e feliz, independente dos sofrimentos e tribulações pelos quais possamos passar.

Além disso, a Igreja deve caminhar unida, assim como o rebanho, para que nenhuma ovelha se perca pelo caminho. A dispersão é um sinal de que algo está errado no rebanho: o pastor não conduz bem, ou a ovelha não consegue ouvir os sinais do pastor.


A terceira e última imagem é a que mais me toca e pela qual eu me apaixono. É o Bom Pastor que carrega carinhosamente a ovelha ao colo, com profundo acolhimento e zelo por ela. É o que falta a muitos pastores e a muitas ovelhas de nosso tempo.

Aos pastores falta acolher, carregar, acariciar. O mundo pós moderno sugere a individualidade como indício de liberdade, e não a comunhão, como sugere a fé em Cristo. Muitos pastores perderam de vista os meios mais eficazes para manter o rebanho unido, e já não conseguem pastorear todas as ovelhas.

De outro modo, muitas ovelhas já não ouvem a voz do pastor e se embrenham por caminhos tortuosos, perdendo-se do rebanho e não querem mais voltar ao redil, por achá-lo fechado demais e sem espaço para viver a liberdade.

Embora eu me identifique mais com a terceira figura, creio que hoje precisamos viver a experiência do rebanho de Cristo das três formas propostas: o Pastor que alimenta as ovelhas, que as conduz sempre unidas, mesmo que alguma se machuque, e acolhe e ama cada uma individualmente.

A verdadeira comunhão não está, como muitos pensam, no todo, mas na experiência particular que impulsiona para uma experiência do todo. Precisamos viver o pastoreio de Cristo como ovelhas que ouvem sua voz e seu coração, alimentam-se dele e só andam unidas ao seu rebanho, porque amam o seu redil.

Aos pastores fica a sugestão de serem, além de pastores somente, ovelhas também. Às ovelhas, sugiro que caminhem sempre unidas ao rebanho para que não se percam do redil.

Com esse evangelho, aprendi que Cristo sempre foi movido por um amor "inteiro", que não tem metades, nem lados. O amor de Cristo por seu rebanho é um mistério acima de nossa capacidade de compreensão racional, mas se encaixa perfeitamente nos parâmetros da fé. É um mistério, que não se pode desvendar nem explicar, mas se vive intensamente e por ele é consumido.

Sou ovelha. Preciso ser pastor. Pertenço a um rebanho. Tenho um redil que me acolhe.
Sou católico, apostólico, romano. A ovelha, portanto, sou eu.


A OVELHA SOU EU
Fraternidade Toca de Assis



Abraços...

Eduardo Parreiras

quarta-feira, 25 de abril de 2012

SUBJETIVIDADE


Boa noite!!!

Depois de vários dias sem escrever, passo por aqui para deixar um "olá". Estou sem inspiração para redigir e não gosto de produzir textos quando não me sinto preparado. As palavras devem ser protagonistas, e não meras figurantes.

Tenho dito um sim à evangelização a cada "login e senha" do meu dia a dia. Entre abreviações e muitos outros vícios cibernéticos, tenho tentado levar o amor de Deus não somente a quem precisa, mas também àqueles que não querem precisar. Justifico-me.


Muitas vezes, percebo no olhar e nas atitudes das pessoas um vazio que não precisaria existir, um coração que não contém valores fundamentais, aqueles que nutrem o ser e o humano. A humanidade está defasada demais para crer, e é importante que se leve na carruagem do amor as lenhas que abastecem a fogueira santa do Espírito Santo, que dá vida e santidade a todas as coisas.

Muitos não pedem graças a Deus porque não sabem como pedir; pior, não sabem que precisam pedir. Deus está à espera daquele que clama por um Pai presente, sempre presente, onipresente. É claro que as bênçãos serão sempre derramadas do céu em direção à terra, mas o pedido é necessário em sua especificidade.

Muitas famílias tem perdido a noção do amém, assim seja, eu quero, eu aceito, eu posso. Tudo o que há de mais sagrado tornou-se tudo o que há de mais inútil. Toda a beleza da simplicidade tornou-se a feiura do sofisticado. A moda, essencialmente passageira, quer a todo custo tornar-se fundamental. Mas nunca será.

É óbvio que nossa vida seja passageira, mas temos a certeza de uma continuidade eterna. Isso é o que realmente importa... é confortável demais crer que, depois desta vida ingrata, teremos uma oportunidade de desfrutar todos os benefícios de uma vida sem excessos de humanidade, perene na eternidade, que não cabe no tempo.


E, por falar em tempo, alguém ainda se lembra dele? Não precisamos necessariamente viver o tempo, mas somos condicionados a ele. Deixar a eternidade tomar conta da alma é uma prática restrita a quem tem noção daquilo que não possui início nem fim.

Gosto dos graves; os agudos apenas enfeitam.

Depois da falta aparente de nexos, fico na esperança de jamais deixar as palavras na prisão da lógica. A subjetividade é minha grande paixão.


ESSENCIAL
Maninho


Paz e bem!


Eduardo Parreiras


sexta-feira, 13 de abril de 2012

AMADO MEU!






Ó Amado meu, tão belo e sem mancha, esperas glorioso por minha volta
Rocha firme, pedra angular, certeza do céu e glória do Pai
Teus perfumes são mais deliciosos que os unguentos
Teu olhar é apaixonante; atrai-me a tua formosura.

Esposo meu, amado meu, Senhor meu...
Em ti encontro o conforto que busco
em ti tenho a glória e a vitória
e em ti se realizam todos os meus desejos.

Olho para o alto e encontro a ti;
olho para baixo e teus pés aparecem a me guiar
olho para um lado e tenho tua companhia,
olho para o outro e te tenho por amigo.

Tu me cercas de graça e alegria,
tua vida é a vida de minha vida,
tua presença é a fortaleza que me ergue,
e tua glória é a alegria de minha alma!

Em ti espero, a ti busco, por ti suspiro...
Deleite de meu coração, paz da minha história:
teus espinhos, açoites e cravos são também meus
porque conquistaste-me por amor eterno.

Creio em ti!


CHAMA
Comunidade Católica Shalom
Versão de Ir. Kelly Patrícia - Instituto Hesed



Eduardo Parreiras

domingo, 8 de abril de 2012

RESSUSCITOU, ALELUIA!!!


Aleluia!!!! O Senhor ressurgiu!!! Aleluia!!!




É com grande júbilo e em clima de festa que hoje venho ao blog postar apenas uma música, sem mensagem minha. Há canções que não precisam ou não merecem uma reflexão, porque falam por si só.

Peço que acessem o vídeo com a música "Ressuscitou" da Comunidade Católica Shalom e rezem, louvem e a adorem o Senhor Jesus Cristo Ressuscitado neste dia tão maravilhoso! Rezando com a letra, internalize em sua vida a glória que celebramos neste dia!

Abraços!!!

RESSUSCITOU!
Comunidade Católica Shalom



Eduardo Parreiras

sábado, 7 de abril de 2012

DESPERTA, TU QUE DORMES!



Bom dia!

Hoje deixo um texto sumamente belo, que nos explica o sentido do silêncio do Sábado Santo. Este dia que sucede à Paixão do Senhor é de extrema importância para a nossa fé: Jesus desceu à mansão dos mortos. Leia, deguste este texto e, ao final, ouça a já conhecida música; qualquer semelhança entre o texto e a canção não é mera coincidência, e seu conteúdo serve para cada um de nós. De qual treva o Cristo precisa nos tirar?


"Jesus na mansão dos mortos, segurando as mãos de Adão e Eva, para reconduzi-los ao paraíso."


Deixo que a Liturgia da Igreja fale hoje. Segue o texto mais precioso que conheço.


De uma antiga homilia no Grande Sábado Santo - Século IV


A DESCIDA DO SENHOR À MANSÃO DOS MORTOS

Que está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos.

Ele vai antes de tudo à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Faz questão de visitar os que estão mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Deus e seu Filho vão ao encontro de Adão e Eva cativos,  agora libertos dos sofrimentos.

O Senhor entrou onde eles estavam, levando em suas mãos a arma da cruz vitoriosa. Quando Adão, o nosso primeiro pai, o viu, exclamou para todos os demais, batendo no peito e cheio de admiração: "O meu Senhor está no meio de nós!" E Cristo respondeu a Adão: "E com o teu espírito!" E tomando-o pela mão, disse: "Acorda, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo te iluminará!

Eu sou o teu Deus, que por tua causa me tornei teu filho; por ti e por aqueles que nasceram de ti, agora digo, e com todo o meu poder, ordeno aos que estavam na prisão: 'Saí!'; e aos que jaziam nas trevas: 'Vinde para a luz!'; e aos entorpecidos: 'Levantai-vos!'

Eu te ordeno: acorda, tu que dormes, porque não te criei para permaneceres na mansão dos mortos. Levanta-te dentre os mortos; eu sou a vida dos mortos. Levanta-te, obra das minhas mãos; levanta-te, ó minha imagem, tu que foste criado à minha semelhança. Levanta-te, saiamos daqui; tu em mim e eu em ti, somos uma só e indivisível pessoa.

Por ti, eu, o teu Deus, me tornei teu filho; por ti, eu, o Senhor, tomei tua condição de escravo. Por ti, eu, que habito no mais alto dos céus, desci à terra e fui até mesmo sepultado debaixo da terra; por ti, feito homem, tornei-me como alguém sem apoio, abandonado entre os mortos. Por ti, que deixaste o jardim do paraíso, ao sair de um jardim fui entregue aos judeus e num jardim, crucificado.

Vê em meu rosto os escarros que por ti recebi, para restituir-te o sopro da vida original. Vê na minha face as bofetadas que levei para restaurar, conforme à minha imagem, tua beleza corrompida.

Vê em minhas costas as marcas dos açoites que suportei por ti para retirar de teus ombros o peso dos pecados. Vê minhas mãos fortemente pregadas à árvore da cruz, por causa de ti, como outrora estendeste levianamente as tuas mãos para a árvore do paraíso.

Adormeci na cruz e por tua causa a lança penetrou no meu lado, como Eva surgiu do teu, ao adormeceres no paraíso. Meu lado curou a dor do teu lado. Meu sono vai arrancar-te do sono da morte. Minha lança deteve a lança que estava dirigida contra ti.

Levanta-te, vamos daqui. O inimigo te expulsou da terra do paraíso; eu, porém, já não te coloco no paraíso mas num trono celeste. O inimigo afastou de ti a árvore, símbolo da vida; eu, porém, que sou a vida, estou agora junto de ti. Constituí anjos que, como servos, te guardassem; ordeno agora que eles te adorem como Deus, embora não sejas Deus.

Está preparado o trono dos querubins, prontos e a postos os mensageiros, construído o leito nupcial, preparado o banquete, as mansões e os tabernáculos eternos adornados, abertos os tesouros de todos os bens e o reino dos céus preparado para ti desde toda a eternidade."


SEGURA A MINHA MÃO
Davidson Silva




Uma ótima páscoa a todos!

Eduardo Parreiras


sexta-feira, 6 de abril de 2012

BELÍSSIMO ESPOSO



Hoje não tenho nada a dizer, mas muito a contemplar. Choro a paixão do Senhor porque meus pecados o chicotearam naquele dia, em que suas dores foram maiores que meus vexames espirituais. Grito por socorro a quem já não tem aparência humana, pois desfigurado foi pelas chibatadas, pelo coroamento de espinhos e pelos cravos da cruz. Mesmo gritando de dor, o Pai não o ouviu, não o poupou para que eu tivesse vida.


"Vida da minha vida, morte da minha morte, carne da minha alma. Não quero mais te trair. Dá-me, pelos méritos de tua paixão, a conversão mais verdadeira, aquela que me levará e me deixará esguio diante da cruz. Ó Maria, Mãe das Dores e da Esperança, roga por mim. Amém!"


Posto esta música que, a meu ver, é o mais perfeito canto a Jesus Crucificado.


BELÍSSIMO ESPOSO
Comunidade Católica Shalom



Beijo a tua paixão que me liberta das minhas paixões, beijo a tua cruz
que condena e esmaga o pecado em mim.
Beijo teus cravos, tuas mãos, que apagam o castigo do mal, beijo tua ferida
que curou a ferida do meu coração.
Eu te beijo, Senhor, e a tua paixão, é o meu tudo!
És meu tudo, Jesus, amado de minh'alma!

Ó, Belíssimo Esposo, mais belo que todos os homens
Santo, santo és tu!
Belíssimo Esposo, esconde-me em teu lado aberto
em tua chaga de amor, de amor!!!

Beijo a lança que abriu a fonte do Amor imortal, a fonte do Amor sem fim
que pagou o que eu não poderia pagar.
Beijo o teu lado aberto, jorrando rios de vida e de paz, fazendo brotar em mim
um canto novo, um hino esponsal.
Beijo tuas vestes que esconderam minhas misérias
Vergonha não há, me adornas com amor!


Ó, Belíssimo Esposo, mais belo que todos os homens
Santo, santo és tu!
Belíssimo Esposo, esconde-me em teu lado aberto
em tua chaga de amor, de amor!!!

Beijo os lençois que envolveram o teu corpo ferido de amor, e cobriram meu coração,
revestiram-me de realeza!
Beijo o teu santo sepulcro, testemunha da ressurreição, quero ressuscitar também
e encerrar-me dentro de ti!
Quero em ti mergulhar e então renascer da tua chaga criadora,
descansar a minh'alma em teu coração!


Ó, Belíssimo Esposo, mais belo que todos os homens
Santo, santo és tu!
Belíssimo Esposo, esconde-me em teu lado aberto
em tua chaga de amor, de amor!!!




quinta-feira, 5 de abril de 2012

APAIXONADO POR MIM



O que dizer de um sofrimento que gera vida, de onde brota toda a graça e todo bem? Nesses dias que antecedem a experiência anual da Cruz do Senhor, não consigo pensar muito para escrever. As chibatadas, a coroa de espinhos, os cravos e a lança já falam por si mesmos. Os escárnios dos soldados e os insultos do povo que gritava "Crucifica-o" são igualmente dolorosos.

O fato é que hoje as pessoas não se importam mais com a cruz. O sofrimento de Cristo já não é amado, seus gritos já não são ouvidos e sua dor já não faz mais sentido. Hoje se tem dinheiro, comida, casa, trabalho, conhecimento, lazer. A paixão de Cristo já não importa mais. O que eu tenho a ver com a condenação de um homem que morreu escarnecido há mais de dois milênios?


O fato é que, ao passo que cresce o desenvolvimento humano, cresce também a ausência da simplicidade. Sem humildade é difícil ter fé. Só quem é humilde pode usufruir plenamente dos benefícios da graça de Deus, que requer muito da fé para ser obtida. Falta-nos amor, humildade, reconhecimento, gratidão. Falta-nos simplicidade, aquela que nos faz amar mais o descompromisso com o supérfluo e nos unir a Deus sem reservas, de modo a alcançar a liberdade inteira pela união com a divindade.

As pessoas acham que não precisam mais de Deus. Muitas tem certeza mesmo. Conheço pessoas que são capazes de curtir publicações de reality shows e me rechaçar por eu postar coisas de Deus. E algumas são pessoas que se dizem católicas! Não entendo como as pessoas hoje tem a coragem de não permitir que as dores de Jesus alcancem seus corações. Não mesmo.

Às vésperas do Tríduo Pascal, que se inicia amanhã com a solene celebração da Ceia do Senhor e Lava-pés, passando pela Paixão na sexta-feira e culminando na noite santa da Vigília Pascal no sábado santo, carrego dentro de mim uma tristeza muito grande, uma decepção por não conseguir fazer muito pelo Evangelho.


Eu sinto, vivo, curto, canto o amor de Deus, mas não consigo encaixá-lo plenamente por faltar com a proclamação do Evangelho a partir da minha vida. Eu queria carregar a cruz com Cristo, ser Dele inteiramente até me esgotar todo. Mas não. Estou sufocado demais para respirar ares puros de salvação. Estou vendado pelas falsas maravilhas do mundo, que me atraem de forma massacrante, minando minhas forças para resistir. Sou fraco, eu sei. Muito fraco. Isso me faz admirar ainda mais a força e a coragem de Jesus, que encarou a cruz como esposa e a amou plenamente. A morte foi apenas uma consequência da renúncia total à sua personalidade.

Ele não pensou em si mesmo; eu sempre penso em mim mesmo. Ele não fez contas de sua importância, eu quero ser sempre considerado importante. Ele foi ultrajado, e eu quero ser elogiado. Ele foi ferido, e eu quero ser curado. Ele foi escarnecido, eu quero crescer na vida. Ele me amou acima de tudo, e eu não retribuo nem com um sincero agradecimento. Peço o milagre, mas não possuo Aquele que pode realizá-lo.


A verdade, nua e crua, é que eu preciso tomar vergonha na cara. Já passou da hora de iniciar o processo de conversão, tão necessário para quem quer assumir o nome de cristão. Não sou digno dele. Para colocar uma cruz na frente do nome eu preciso caminhar muito ainda.

Ir ao encontro de Cristo Crucificado é ir ao encontro dos pais com um sorriso que os converta; é dar uma ajuda a um irmão (de sangue ou não), quando ele realmente precisa; é dar um alimento a quem tem fome; é ouvir algum comentário que desagrade e responder com um sorriso (vale pela internet também). Subir com Cristo ao Calvário é suportar as diferenças religiosas, obedecer a palavra dos ministros ordenados, mesmo quando eles estão obviamente errados ou em desobediência à Santa Madre Igreja; é promover o bem a quem só deseja o mal; é responder com carinho a uma provocação ou indagação que sugira uma ação perseguidora.

Sim, Cristo morreu por causa do meu pecado, no singular mesmo, para não ter que relatar um por um. Teria que fazer outro blog para expô-los todos. Meu pecado crucificou o Senhor e continua crucificando-o até hoje, pois seu Coração Sagrado continua a bater, mesmo chagado pela lança das minhas negações.

Quero me converter, mas me falta a coragem para isso. Quero ter a realização da salvação, garantida pela cruz de Cristo, mas o mundo me prendeu. Ele, no entanto, com suas mãos poderosamente chagadas e libertadoras, pode me devolver a graça para a qual fui criado, que é justamente a de ter genuinamente o nome mais gracioso da humanidade: cristão.

Que a morte de Cristo Crucificado nos devolva a vontade de sermos inteiramente Dele.

Cante e reze com a canção "Por amor", dos Anjos de Resgate.



Louvado seja o Nosso Senhor Jesus Cristo!

Abraços...


Eduardo Parreiras

quarta-feira, 21 de março de 2012

O MENINO



Menino tímido, acanhado, pacato mesmo, não se intrometia nos assuntos dos colegas, nem jogava bola na rua; não subia em árvores, porque tinha medo de altura. Não pegava traseira de caminhão, nem descia a principal rua do bairro em carrinho de rolimãs. Andou pouco de skate, muito de bike e roller. Gostava de soltar papagaio e brincar nas fazendas, que hoje abrigam enormes condomínios.


 Família pequena, trinitária, mas extensa em tios e primos, aqueles parentes que se veem de vez em quando. Avós, materna e paterna, supriam com maestria a falta dos avós materno e paterno, ausentes já desde a infância. Alguns tios próximos, outros distantes, geográfica e sentimentalmente.

Menino comportado, que não dava trabalho na escola e, quando tomou uma ocorrência por culpa alheia, chorou dias a fio. A única vez em que não pertenceu à classe de elite e foi parar na 4ª Série C, achou que fosse a maior decepção possível na vida de algum mortal.

A professora pegou o caderno do menino, nessa mesma época, e mostrou à turma como era “esgarranchado”, e ele sofreu com a zombaria dos colegas. Passou o resto do ano treinando caligrafia para melhorar a letra. Não aceitava ter uma letra feia, ilegível.

O menino foi crescendo, tentando ser o que queriam, e não o que realmente era. Os sofrimentos dos tempos presentes aumentavam a cada dia, por não entender a si como um ser simplesmente, e por achar que seria um ser complexo demais para poder viver. Achava que não era digno do mundo.

O perfeccionismo é sempre massacrante, e traz sofrimentos desnecessários. Não poder errar é uma imposição pesada demais para dar a si mesmo, e ninguém merece carregar pacotes mais pesados que os comprados. Há carrinhos nos supermercados com alguma finalidade: o importante é levar o pacote, não importa como.

O menino, no entanto, temia não carregar os fardos que lhe eram impostos e ser cobrado por isso, mas era. Queria ter forças para levá-los adiante, mas não podia mediante sua condição franzina. Não lhe deram os pacotes apropriados à idade e sempre caíam ao chão, provocando certo estrago.

Hoje o menino cresceu e pôde olhar para trás. Viu que todos os pesos passados eram frágeis diante de sua força de hoje. O problema agora são os fardos que ele conquistou para si mesmo, ainda mais pesados que os pacotes da meninice. Os amigos sabem quem realmente é o menino.


A VOZ DO MENINO
Maninho


Reflita. Talvez esse menino seja você!

Abraço e bênção!!!


Eduardo Parreiras


quinta-feira, 15 de março de 2012

PÁGINAS DA ALMA






O sorriso nem sempre é belo,
o abraço nem sempre acolhe,
o aperto de mãos nem sempre reverencia,
mas o olhar sempre revela o que está sob véu.

É possível que se torne um analfabeto do amor quem não olha;
alguns por falta de coragem, outros para não constranger.
Mas que o olhar fala, ah sim! Fala muito!
Não diz o que quero, mas o necessário.

Gosto de olhares!
Eles eternizam em mim o que não retribuo com outros gestos.
Olhar me diz quem sou e me diz quem é.
É no olhar que as letras da alma se fazem entender.

Eu aprendi com os olhares o que não me ensinam os abraços.
Eles me acolhem e me ensinam mais.
Os sorrisos me alegram, mas os olhares me edificam.
Os olhos são as páginas da alma.

E quando os olhares se somam aos sorrisos?
Ilumina-se o dia, anima-se o espírito, surge a fé.
A esperança, ainda criança, torna-se adulta
Olhares com sorrisos se casam e são felizes para sempre.



Escrevi esse pequeno texto hoje por ocasião do Dia Nacional da Poesia.

Música "Reflexo"
Abner Santos / Toca de Assis




Abraços, beijos, sorrisos e, claro, olhares!

Eduardo Parreiras

domingo, 11 de março de 2012

AVESSOS



E se o que vivo hoje fosse apenas uma ilusão de um ontem infantil, na incerteza de um maduro fim de tarde de 30 de fevereiro? Se hoje as horas extrapolassem as 23:49 e fossem até 24:59, eu não ligaria. Estaria da mesma forma como vivo esse hoje embaralhado.


Gosto de baralhos. Posso mover as cartas livremente, escondê-las sob a mesa ou distribuí-las igualmente. Uma coisa é certa: nunca posso ficar com todas pra mim. Sempre há uma esperança de ter a carta certa, ou a certeza de que a jogada não é mais que uma questão de sorte misturada com estratégia.

Os segundos passam, os minutos passam, as horas, os dias, os meses, os anos e os séculos. Milênios não permanecem estáticos, como se ignorassem a necessidade da passagem. Nada permanece.

O que sou é muito mais que um 30 de fevereiro ou um dia com 25 horas. Sou muito mais inexato que uma conta de 2 + 2 = 5. Quando somo eu comigo mesmo, sempre encontro 3. Eu, eu mesmo e um nada. Prefiro  a conta de 1 + 1 = 1, sendo Eu e Deus que me transforma nele, dando o mesmo resultado.

Não gosto de números. Eles são exatos demais para o meu excesso de subjetividade. A exatidão não me pertence. Moro em uma casa sem endereço certo, como um "trailler" que pode ser movido de um lugar a outro sem prévia comunicação.

Não faço contas de mim mesmo, para que eu não corra o risco de encontrar os resultados. Mas gosto de correr ao meu próprio encontro, pois sempre bato de frente comigo e, às vezes, ensaio um abraço que nunca acontece. Olhar em meus próprios olhos é uma ilusão de ótica, porque tento fingir que a imagem que vejo do outro lado seja algo melhor, mas sou eu mesmo.

Sou incompleto e não me importo com isso, embora tenha uma dificuldade imensa de aceitar a imperfeição alheia. A crise do outro me diverte, quando já não sei claramente quem sou eu, com todas as minhas imperfeições. A hipermetropia me tolhe a nitidez das almas.

Sei que não sou tão fraco quanto eu gostaria de ser, nem tão forte quanto precisaria ser, mas vejo bem de longe, e mal de perto. O infante de amanhã é inversamente proporcional ao adulto de ontem. Não posso ser uma vítima exata, desde que me consuma. Também não gosto de rótulos, que me identifiquem pelo que eu não sou. Não gosto de propaganda enganosa, pois acho injusta.


Sou injusto demais comigo mesmo para entender que fevereiro só tem 29 dias a cada quatro anos, e que seu curso normal só permite 28 curvas. Sei também que ao dia pertencem apenas 24 horas; o que passa disso é ensaio de semana. 2 + 2 serão sempre iguais a 4. 5 já é lucro.

O que falta em mim posso chamar de Eduardo, e o que sobra eu chamo Deus. A única desvantagem é que, nesta razão, sempre perco para um número eternamente superior ao meu limitado 1.

Abaixo, canção "Obra viva", da Madre Kelly Patrícia.



Me impressiona tua exatidão

Tua misteriosa precisão
Me fizeste tela viva em tuas mãos de artista
Me desenhaste saudade do infinito
No esboço um rosto de canto indisível
De olhos postos em mim, ó Jesus

Me desconcerta tua exatidão
Tua misteriosa precisão
Teu silêncio agudo, incisivo
Que talha a alma e o coração

Me fizeste tela viva em tuas mãos de artista
E me impressiona tua exatidão, tua precisão

Me fizeste tela viva em tuas mãos de artista
E me impressiona tua exatidão, tua precisão
tua exatidão, tua precisão



Abraço!!!!

Didu

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

QUARESMA, TEMPO DE CONVERSÃO



Prezados, boa noite!!!

Estamos em pleno tempo quaresmal, período em que toda a Igreja se retira em penitência, oração e obras de caridade, em preparação para a grande festa da Páscoa. Tenho refletido muito nos últimos dias sobre este tempo de graça e de conversão, além de ter tomado algumas atitudes em minha caminhada de fé.


O conceito de penitência não está associado ao de tristeza. Somente aqueles que se penitenciam para obter de Deus a graça para a conversão sabem o que é viver as renúncias com alegria. Muitos se enganam, achando que a Quaresma é um período triste, em que não se canta o glória na Santa Missa, nem o aleluia na aclamação ao Evangelho. Também não é permitido bater palmas e é bom que os ministérios de música se abstenham das percussões e ritmos eufóricos. Muitas igrejas também adotam as matracas no lugar dos sinos, na consagração, procissão do Santíssimo, via-sacra e outras formas de piedade popular. Outras guardam uma bela tradição de cobrir as imagens com cortinas roxas.

O silêncio é especialmente valorizado neste tempo, em que devemos nos recolher em uma constante penitência. Nosso coração deve esvaziar-se em meio à correria do dia-a-dia para que esteja aberto às festividades pascais. A oração tem especial importância, já que nos prepara para suportar as provações que costumam se intensificar neste tempo.


Gosto de viver a Quaresma em profunda reflexão da Palavra de Deus e vivência dos sacramentos. A Eucaristia e a Confissão tem um lugar todo especial, já que neste tempo preciso intensificar o processo de conversão. Aliás, o sentido de conversão no catolicismo é bem diferente do que ouvimos em outras denominações cristãs, que consideram convertido aquele que simplesmente troca uma instituição religiosa por outra. Aqui, na Igreja Católica, a conversão significa uma mudança de vida, de atitudes, que leva a uma adesão ao Evangelho de Cristo. É um processo contínuo, que só terminará no Céu. "Convertei-vos e crede no Evangelho!" É assim que, na quarta-feira de cinzas, começa o nosso tempo quaresmal.

Os 40 dias penitenciais, que se encerram no Domingo de Ramos (e da Paixão do Senhor), parecem demorar muito para quem se penitencia na tristeza, por ter que se abster de alguma coisa ou por jejuar. Muitos de nós ficamos na torcida para que esses dias passem logo, a fim de podermos fazer tudo aquilo que fazíamos até o carnaval, mas nossas penitências precisam nos preparar e educar para uma vida cristã mais autêntica. Esse é o real motivo da celebração de um tempo penitencial.


O "Mistério Pascal de Cristo" compõe-se por sua paixão, morte e ressurreição, que culmina na redenção da humanidade. Por isso, celebramos as dores de Jesus, desde sua agonia no Horto das Oliveiras, até o momento em que ressurge glorioso, vencedor da morte e do pecado. Aos domingos, refletimos os temas centrais que preparam este momento pascal da vida de Jesus, como as tentações no deserto no 1º Domingo da Quaresma. Algumas passagens dos Evangelhos serão especialmente refletidas, como o diálogo de Jesus com a Samaritana no poço de Jacó. "Eu te darei a água da vida", disse Jesus àquela mulher. E também repete a nós essa mesma proposta, para que tenhamos vida em abundância.

A cruz, emblema máximo da nossa fé, torna-se muito mais que um símbolo, mas configura-se em forma de provações e tentações, que sempre ameaçam nossa fé. A partir da contemplação da cruz, meditamos com piedade e amor os passos da via-sacra de Jesus, no trajeto ao calvário com a cruz aos ombros.


A Quaresma é, portanto, um período mais intenso e propício para uma conversão efetiva, que ocorre na prática, embora não seja necessariamente percebida pelos outros. O que importa é que a adesão a Cristo deve ser livre, inteira e alegre. Sempre!

Para nossa oração de hoje, proponho a música "É tempo", de Suely Façanha.


Abraços e que Deus conceda a você uma santa Quaresma, sem se esquecer de converter e crer no Evangelho!!!

Didu