segunda-feira, 30 de abril de 2012

O MISTÉRIO DO AMOR INTEIRO



CRISTO, O BOM PASTOR


Boa tarde!


Ontem vivemos o 4º Domingo da Páscoa, dia em que celebramos a festa de Cristo, Bom Pastor. O Evangelho proposto pela liturgia é riquíssimo, e vale ser citado em parte:


"Jesus disse: Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. O mercenário, que não é pastor e não é dono das ovelhas, vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e foge, e o lobo as ataca e dispersa. Pos ele é apenas um mercenário que não se importa com as ovelhas. Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pela vida das minhas ovelhas." Jo 10,11-16


Como sabemos, o pastor é aquele homem do campo, que cuida das ovelhas. Por elas ele se consome e doa seu tempo, para que não se dispersem. O rebanho é o conjunto de ovelhas, que precisa andar unido para que nenhuma ovelha se perca. O redil, por sua vez, é o lugar propício das ovelhas, onde elas repousam depois de pastarem durante o dia, cujo zelo também cabe ao pastor.


Nesta primeira imagem, temos a figura de Jesus, o Bom Pastor, dando de comer a uma ovelha. Gosto muito dessa representação, porque ela sugere um Cristo que alimenta, que dá vida, nos salva e nos dá coragem. Todos aqueles que se fazem ovelhas para seguir o Bom Pastor, são também por Ele alimentados. Vejo nessa imagem uma clara alusão ao catolicismo, no qual o Cristo alimenta seus irmãos pelo Pão e pelo Vinho da vida eterna, a Eucaristia.


A segunda imagem nos sugere uma figuração muito própria da Igreja, que pode ser entendida como o redil das ovelhas. O Cristo, ao mesmo tempo que guia o rebanho, também acolhe aquela que provavelmente tende a se fatigar, e não consegue mais andar. Ele a leva aos ombros, que simbolizam o equilíbrio e a temperança. Com Jesus, nossa vida tende a ser leve e feliz, independente dos sofrimentos e tribulações pelos quais possamos passar.

Além disso, a Igreja deve caminhar unida, assim como o rebanho, para que nenhuma ovelha se perca pelo caminho. A dispersão é um sinal de que algo está errado no rebanho: o pastor não conduz bem, ou a ovelha não consegue ouvir os sinais do pastor.


A terceira e última imagem é a que mais me toca e pela qual eu me apaixono. É o Bom Pastor que carrega carinhosamente a ovelha ao colo, com profundo acolhimento e zelo por ela. É o que falta a muitos pastores e a muitas ovelhas de nosso tempo.

Aos pastores falta acolher, carregar, acariciar. O mundo pós moderno sugere a individualidade como indício de liberdade, e não a comunhão, como sugere a fé em Cristo. Muitos pastores perderam de vista os meios mais eficazes para manter o rebanho unido, e já não conseguem pastorear todas as ovelhas.

De outro modo, muitas ovelhas já não ouvem a voz do pastor e se embrenham por caminhos tortuosos, perdendo-se do rebanho e não querem mais voltar ao redil, por achá-lo fechado demais e sem espaço para viver a liberdade.

Embora eu me identifique mais com a terceira figura, creio que hoje precisamos viver a experiência do rebanho de Cristo das três formas propostas: o Pastor que alimenta as ovelhas, que as conduz sempre unidas, mesmo que alguma se machuque, e acolhe e ama cada uma individualmente.

A verdadeira comunhão não está, como muitos pensam, no todo, mas na experiência particular que impulsiona para uma experiência do todo. Precisamos viver o pastoreio de Cristo como ovelhas que ouvem sua voz e seu coração, alimentam-se dele e só andam unidas ao seu rebanho, porque amam o seu redil.

Aos pastores fica a sugestão de serem, além de pastores somente, ovelhas também. Às ovelhas, sugiro que caminhem sempre unidas ao rebanho para que não se percam do redil.

Com esse evangelho, aprendi que Cristo sempre foi movido por um amor "inteiro", que não tem metades, nem lados. O amor de Cristo por seu rebanho é um mistério acima de nossa capacidade de compreensão racional, mas se encaixa perfeitamente nos parâmetros da fé. É um mistério, que não se pode desvendar nem explicar, mas se vive intensamente e por ele é consumido.

Sou ovelha. Preciso ser pastor. Pertenço a um rebanho. Tenho um redil que me acolhe.
Sou católico, apostólico, romano. A ovelha, portanto, sou eu.


A OVELHA SOU EU
Fraternidade Toca de Assis



Abraços...

Eduardo Parreiras

2 comentários:

  1. AMEI É FANTÁSTICO COISA IGUAL NÃO HA COISA DE DEUS TUDO É MARAVILHOSO A PAZ DO SENHOR A TODOS

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  2. Não sei quem postou o comentário, mas que Deus te abençoe, meu irmão ou irmã! Deus é realmente maravilhoso, e usa de pessoas como eu, ferramentas insuficientes, para continuar no trabalho de seu amor pela humanidade... Deus te acaricie!

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