sexta-feira, 4 de maio de 2012

INDIGNIDADE



Boa noite, queridos!!!

Graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo!!!


Vou partilhar com vocês uma música que conheci na segunda-feira, por meio de uma galera fantástica de Volta Redonda - RJ, que esteve aqui em Contagem, na casa do meu amigo e futuro afilhado Ramon Cardoso.

Preciso dizer que tenho vivido intensamente o mistério da Cruz de Jesus, e todo o amor que a Paixão do Senhor contém. Embora eu seja ínfimo demais para merecer tamanho amor, não consigo sequer abandonar essa realidade, que tem tomado conta dos meus dias. Fico refletindo as dores de Jesus, que sofreu tudo por mim sem que eu merecesse. Eu sou um flagelo humano, uma sarna que contribui para o fracasso da humanidade a cada pecado que cometo. Quando paro diante do crucifixo e contemplo a imagem, não posso me sentir senão um lixo, diante de tão precioso sangue que por mim foi derramado.




Jesus se aniquilou por inteiro, sem reservas, e sem culpa alguma tomou sobre si todas as minhas culpas. Eu, em meio à sujeira que estraga a essência humana, não mereço ser mencionado entre os nomes daqueles que foram gotejados pelo sangue precioso do Senhor. Não tenho a menor dignidade de receber ao menos um olhar de Jesus, aniquilado pelos maus desejos, pelas minhas inclinações em cometer os delitos que o condenaram. Meus pecados ofuscam a minha visão do Calvário. O mundo quer, a todo custo, embaraçar meus olhos, meus ouvidos e minha mente, numa tentativa maléfica de me afastar da realidade fundamental da minha vida. Preciso me subjugar à graça santificante que brota infinitamente do Lenho da Cruz.

Não quero, nem pretendo, julgar as pessoas, mas posso e devo fazer um bom exame de consciência a respeito de minha pessoa. É certo que não vivo como me foi prescrito nos evangelhos, e não sou merecedor de tão grande graça. Não posso usar o nome de Cristo, tampouco usar a sacratíssima imagem de sua Cruz em meu peito!

Não por acaso a Igreja usa a fórmula "Senhor, eu não sou digno de que entrei em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo!" na liturgia da Santa Missa. Eu não poderia, em hipótese alguma, me aproximar do altar sem pronunciá-la. Não que ela me redima, mas é preciso que eu tome consciência de que a comunhão é um ato supremo de doação de Nosso Senhor.

Eu jamais poderei me acostumar à misericórdia de Deus! Pretendo que ela seja sempre nova em minha vida. Que ela não seja um "algo a mais" em minha história, mas a razão única, última e primeira do meu existir.

Ontem, dia 3 de maio, celebrei uma data muito especial: 20 anos da minha Primeira Eucaristia. Há duas décadas eu me aproximo do altar do Senhor, mesmo não sendo digno de tamanha graça!

A música da Banda Arkanjos me quebrou ao meio. Acho que o recado do evangelho foi dado, dois séculos depois, a um filho ingrato, mas que reconhece ser dependente de cada gota de sangue jorrada no Calvário no início da presente era.

Mesmo que eu não seja digno de carregar o sinal da Cruz no peito, hei de trazê-lo comigo. Que a Paixão do Senhor motive os meus passos, os meus dias e os meus anos... Que cada grito de Jesus seja um motivo a mais para que eu ressuscite, gloriando-me do nome santo que está acima de tudo! Sou feliz, completamente realizado, por ser "a Igreja da Cruz"!

"Jesus, embora eu não mereça ser citado por teus santíssimos lábios, entrego minha vida inteira à tua misericórdia. É por ela, só por ela, que posso ser lembrado por vosso ato de amor e salvação, concretizado pela cruz e definitivamente selado por tua ressurreição. Só posso dizer, com toda a imperfeição que eu possa conter, que te amo!"


SANTA CRUZ
Banda Arkanjos


Indigno,

Eduardo Parreiras

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