quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

DEUS-CONOSCO, EMANUEL

Boa tarde, irmãos e irmãs!!! Graça e paz da parte de Nosso Senhor Jesus Cristo!

"Hoje nasceu para nós um menino, e um filho nos foi dado.
Grande será o seu reino e a paz não há de ter fim..."
(Is 9,1-6)


Passadas as festividades de Natal e Ano Novo, iniciamos o período de férias, no qual tenho mais tempo para escrever. Confesso que a correria do final do ano me cansa demais, e não consigo ter inspiração para as letras. Mesmo não participando do consumismo enfurecido do período anterior às festas, a sociedade de um modo geral nos leva em sua carreira, com trânsito infernal e ruas abarrotadas de pessoas falsamente alegres.

Quando eu era criança, o Natal era como um sonho pra mim. Eu o aguardava o ano todo, pois amava o clima de festividades e os presentes que ganhava. A ceia de Natal, tradição memorável da minha família mais ampla (eu, meus pais, avós, primos e tios), sempre foi celebrada com muita fartura e alegria. E meu coração cresceu por esta espera anual de um tempo que me fazia um bem enorme. As luzes das ruas, casas e prédios públicos me encantavam. Ir à Praça da Liberdade, na região central de Belo Horizonte, era um dos meus programas favoritos do fim do ano.

Hoje, alcançando a maturidade do corpo e da alma, o Natal mudou muito em minha vida. Desde a primeira vez que ouvi o prólogo do Evangelho de São João que diz: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós!", eu me deixei ser transpassado por essa graça. Desde então, eu nunca mais deixei que entrasse em minha casa a figura do papai noel, para dar lugar à pequena figura central do presépio. O Natal passou de sonho a realidade na minha vida.

Eu creio no Natal. Eu celebro. Vivo. Amo. Proclamo. "Ele está no meio de nós!" Em todas as Santas Missas que participamos, nós proclamamos a graça do Nascimento de Cristo e sua permanência entre nós. Isso é tão real que se tornou palpável no mistério pascal do Senhor, que se doa a nós perpetuamente na Eucaristia.

Celebrar o Natal é celebrar a Vida que ilumina a minha vida, é deixar que meu ser seja inundado pela misericórdia de um Deus inquieto com minha natureza humana pecadora. Um Deus tão grande que se fez tão pequeno, alimento desde o dia em que nasceu. Este mesmo Deus sustenta a nossa alma e nos indica o caminho, às vezes por estrela, às vezes por constelações inteiras. Refiro-me aos Santos que estão no céu, canonizados pela Igreja, que nos indicam, com o testemunho de sua vida de fé, onde está o Cristo que amamos. Primeiro, a estrela levou os pastores a Belém; agora, na Nova Jerusalém (que é a Igreja), os Santos nos mostram, muitos deles com o próprio sangue, onde está o Emanuel.

Nós cristãos precisamos viver da graça. Não há mais espaço nem tempo para desperdiçar. Temos que viver o Evangelho e entrar com tudo no mistério da encarnação, paixão, morte e ressurreição do Senhor, para que o mundo creia. O nome de Cristo depende da nossa renúncia. Como não temos a coragem de nos entregar por inteiro, no melhor estilo "vem e segue-me", o mundo está sufocando o cristianismo, apagando a sua luz.

Mas Belém ilumina o mundo. Menos ainda, a estrebaria é a alegria do mundo. Ainda menos... a manjedoura alimenta o mundo.


Eu estou preso nessa liberdade que me joga para o céu, de amar e ser amado, dar e receber. Deus-conosco, Emanuel, amado de nossas almas, precisa agir no mundo. E que eu não seja um entrave nesse processo.

Pelo nascimento de Jesus em nosso triste mundo, sejamos, no mínimo, propagadores de sua boa nova, que anunciam: "Et Verbum caro factum est, et habitavit in nobis!" (Jo 1,14)

Para nossa reflexão, deixo o canto "Verbum Panis", do Ministério Amor e Adoração, da Canção Nova. Um dos mais belos cantos de comunhão que eu já ouvi na vida, e que me quebranta diante do Mistério Eucarístico. "O Senhor está no meio de nós!"


Graça e Paz! Sempre...


Eduardo Parreiras

2 comentários:

  1. Eduardo. Mais uma vez, as suas palavras tão significativas mexeram comigo, pois me remeteram a minha infância para depois me trazer para o hoje. Tudo que você expressou no texto é ipsis litteris o meu pensamento e sentimentos. “O Verbo se fez carne para que conhecêssemos o amor de Deus”. E para fechar esta tão bela canção interpretada pelo Ministério Amor e Adoração (já havia lhe falado o quanto gosto deste canto!!). Que Deus continue derramando muitas bênçãos em sua vida. Abraço.

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  2. Olá, Ana! Sempre comentando e participando do blog! Amei o CD que você me deu, do Ministério Amor e Adoração. Na virada do ano, este foi o canto de comunhão na Canção Nova. Um dos mais completos e perfeitos que já ouvi, entro da Sagrada Liturgia. Obrigado, mais uma vez, por me apresentar algo tão belo que, sei bem, também enche os seus olhos, ouvidos e coração. Abraço!

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