Segunda-feira, dia de trabalho, certo? Errado! É um dia merecido de descanso em minhas férias, e reservei esta parte da manhã para um momento mais profundo de oração.
Retomando o Evangelho deste domingo, que se encontra em Jo 1,35-42, duas coisas me chamaram a atenção: primeiramente, o diálogo de Jesus com seus discípulos, quando lhes pergunta: "O que procurais?" Esta é uma pergunta que nós nem sempre precisamos responder, mas sempre fazê-la a nós mesmos. A filosofia nos ensina com beleza e maestria que as respostas nem sempre são o caminho mais eficiente, mas as perguntas. Na verdade, a pergunta bem elaborada dá o mesmo trabalho que uma resposta à altura. Sendo assim, e nós, o que procuramos? Qual é a verdadeira sede do nosso coração, aquela que nada no mundo pode saciar? Qual é a verdade que procuramos incessantemente, que não permite que o nosso coração esteja tranquilo até o momento do encontro? Santo Agostinho, em suas "Confissões", rezava ao Senhor, dizendo: "Inquieto está o meu coração, enquanto não encontra a Ti!" Busquemos sempre e nossa sede será saciada.
Embora nem toda pergunta precise de uma reposta pronta, os discípulos respondem, certamente com uma imprecisão enorme, por ainda não ter andado com o "Mestre": "Rabi (que quer dizer "Mestre"), onde moras?" O endereço, por incrível que pareça, diz muito a respeito das pessoas, desde os tempos antigos. Para quem é de BH, qual a diferença em dizer que se mora no Bairro Mangabeiras ou em Contagem (meu caso, rsrsrs)? A humanidade é preconceituosa desde sempre (vale lembrar que, no próprio Evangelho surgiu a pergunta: "Por acaso pode sair algo bom de Belém?", referindo-se ao fato de Jesus ter nascido lá). Dependendo da resposta de Jesus, eles poderiam elaborar uma ideia mais próxima da realidade sobre a sua pessoa. Mas Ele não diz imediatamente "Nazaré", mas "Vinde ver". Então, os discípulos o acompanharam e "permaneceram" com ele. Jesus conseguiu, portanto, que os discípulos, já no primeiro encontro, ficassem com Ele. E isso bastou naquele momento.
Em segundo lugar, prendeu a minha atenção a adesão imediata de André a Jesus pela apresentação de João Batista, que se referiu a Jesus como o "Cordeiro de Deus". Sabemos que os hebreus tem um apreço muito grande pelo cordeiro, animal escolhido por Deus para os sacrifícios. Jesus é aquele que vem como "cordeiro expiatório" para redimir integralmente a humanidade pecadora. André seguiu Jesus ao ouvir tal apresentação de João e não se conteve, indo anunciar a seu irmão, Simão, que havia "encontrado o Cristo". Então, André conduziu Simão a Jesus, que fitou seus olhos (olhou bem para ele) e disse: "Tu és Simão, filho de João; tu serás chamado Cefas" (que quer dizer "Pedra").
"Encontramos o Cristo!", anuncia André. Simão quis encontrá-lo e foi até Ele. Jesus mudou o seu nome para "Pedra", "Rocha". É lindo perceber que, quando nos deixamos invadir pela Palavra de Deus, também podemos conduzir muita gente ao Cristo. Pela Palavra nós o encontramos e com Ele permanecemos. Nós o procuramos e nele achamos tudo o que possa preencher perenemente o nosso coração. Um coração que ama a Cristo é totalmente preenchido por sua presença.
Duas coisas nos são essenciais: querer ver onde Cristo está e permanecer com Ele, e encontrá-lo verdadeiramente pela Palavra anunciada. Alguém foi para nós portador dessa Palavra que nos conduz ao Messias e também devemos portar essa Boa Nova para o mundo. Sejamos fundamentados na Palavra e doutrina dos apóstolos que, liderados por um pobre e simples pescador, tornou-se "pedra" e coluna edificante da nossa fé.
Minha sugestão para a oração de hoje é a canção "Não me pertenço mais", do Ministério Amor e Adoração, da Canção Nova.
Bom dia e ótima semana a todos!
Eduardo Parreiras
Eduardo, quanta profundidade. Fica até dificil de comentar.Fico as vezes a comparar o tempo da igreja antiga com o nosso tempo agora. Como nos identificamos com as mesmas situações,problemáticas e questionamentos. O que muda é ano, mas o desejo de conhecer e viver a palavra de Deus é o mesmo e com as mesmas dificuldades e barreiras de sempre.Você retratou tudo isto neste blog de hoje.Gostei muito. Sônia
ResponderExcluirOi, Sônia!!!! Que alegria ver que já está comentando no Blog. Fico muito feliz mesmo. O tempo da Igreja é único, porque provém da eternidade, do coração de Deus. Os questionamentos, sofrimentos e situações diversas e adversas de nossa vida serão sempre os mesmos, pois sempre dizem respeito à nossa humanidade, e não diretamente à personalidade. O tempo muda, mas a vivência em Deus deve ser sempre a mesma. Por isso, a exclamação de André deve ser lembrada e celebrada por nós: "Encontramos o Cristo!" E que esse encontro seja perene... bjos!!!
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