Preciso ser feliz. Essa é uma aspiração natural da minha humanidade. E por que essa necessidade? É que o Criador é assim, a suma e plena felicidade. Se eu, criatura ínfima, tenho em mim traços da minha origem, preciso necessariamente ser feliz. Caso contrário, estou fadado à derrota existencial.
O problema é "como" ser feliz. É um problemão. Ser no mundo exige muito, e ser feliz consome tudo.
É preciso passar por cima da sociedade, dos costumes, das crenças. Não se pode viver plenamente com apegos, preocupações e anseios. A vida feliz só é possível a quem possui a fonte da felicidade. Sem ela, nada se pode fazer.
"A dualidade do meu coração faz com que eu me torne um grande problema para mim mesmo." (S. Agostinho). É como se eu "fizesse o que não quero e não fizesse o que quero." (S. Paulo Apóstolo).
Eu sei o que preciso fazer para ser feliz. Mas, quem diz que eu consigo? A humanidade que há em mim é pesada demais, e Deus quer que eu me liberte dela para fazer parte de sua natureza simplesmente e imutavelmente feliz. E quanto mais o tempo passa, mais os traços humanos vão se fortalecendo, e a distância entre mim e o céu vai aumentando.
O céu é muito distante, mas muito próximo. Basta lançar um olhar para o alto. Mas o movimento de levantar a cabeça é que é difícil...
Ser feliz. Eis a questão...
Ouçam a música "Saudade - Tarde te amei" de Celina Borges
Versão de uma belíssima passagem das "Confissões" de Santo Agostinho
Abraços!
Didu
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