segunda-feira, 7 de outubro de 2013

PONTES


Gosto das pontes.
Elas ligam margens, estreitam caminhos, mas o que mais gosto é a visão que proporcionam do leito sobre o qual estão construídas.
Águas que vão e que vem, vales verdes ou simples rochedos.
Por baixo das pontes pode haver estradas, que também ligam.




Também sou assim.
Quero que por mim passem aqueles que não existem por si só, que se lançam em direção ao outro.
Gosto de ser ponte, de conter por baixo água pura ou rochas firmes.
Se eu tiver por baixo um rio, seja ele caudaloso ou manso, para irrigar corações inertes ou agitados.




Ser ponte é não ter importância em si, a não ser a transposição necessária entre existências que se separam por algum abismo. A ponte em si não tem tanto valor, quanto a aproximação que proporciona.

Reduzir distâncias: eis minha vontade mais inerente ao querer de Deus.



PRESENTE DE DEUS
Maninho



Eduardo Parreiras


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