Boa noite, amados em Cristo!
Chegamos ao tempo
quaresmal, o grande retiro que a Igreja celebra anualmente em sua
preparação para a Páscoa do Senhor.
Tempo forte,
evidentemente marcado pela penitência e chamado à conversão, a
Quaresma é o período do ano litúrgico em que a Igreja mais se
recolhe, seja em oração, seja nas práticas penitenciais ou
caritativas. Os quarenta dias de deserto refletem na vida da
comunidade cristã os passos da agonia, paixão e morte de Nosso
Senhor Jesus Cristo, e nos impulsionam a viver com toda a alegria do
coração e grande júbilo o triunfo na ressurreição.
Sim, é para a
ressurreição que os corações se convergem neste tempo propício
ao recolhimento. A Páscoa é um tempo precioso demais para ser
vivido de qualquer forma, sem preparação adequada. É necessário
caminhar com Cristo em sua dor, para triunfar com Ele em sua vitória,
única e perene, sobre a morte.
Cada um de nós,
pelo batismo recebido, é introduzido no mistério pascal de Cristo
pelo sacramento que nos inicia Nele. É na vivência da fé que a
vida de Jesus passa a fazer parte da nossa vida. Por isso, caminhamos
com Cristo por todo o ano litúrgico, mas com uma intensidade bem
maior no ciclo pascal.
A finalidade deste
tempo litúrgico é impulsionar o coração a proclamar a vitória da
vida sobre a morte não apenas exteriormente, mas com o testemunho e
a própria vida. É por isso que, na Quarta-feira de Cinzas, o
evangelho nos apresenta um ensinamento muito importante de Jesus: a
entrega do coração a Ele, e somente a Ele. Isso significa que não
se deve pronunciar aos quatro ventos que se está a praticar rituais
de penitência, tal como o jejum e a abstinência, assim como as
práticas de caridade; tudo deve ser praticado no mais profundo
silêncio, apresentando somente ao Senhor dos Senhores os sacrifícios
que nos levam ao crescimento espiritual.
A penitência nos
faz ser mais humildes. É ela também que nos ajuda muito a ser mais
obedientes. E a obediência, portanto, nos confere uma nobreza de
espírito que só se conquista com a prática constante de obedecer.
E como é bom ser obediente! Isso deixa o coração livre para amar e
servir! E o serviço? Ah, sim! Ele nos torna homens verdadeiramente
entregues ao amor de Deus!
A Igreja celebra a
Quaresma para se aproximar sempre e cada vez mais os seus filhos do
próprio Cristo padecente, que se prepara para dar a cada homem e
mulher deste mundo uma nova e definitiva dignidade: a de filhos
adotivos de Deus.
Sigamos os passos do
Calvário com Cristo. Ao chegarmos no alto do monte, viveremos em sua
paixão a mais nobre experiência do amor, que tudo pode e tudo
salva.
A seguir, a canção “Eu quero ser de Deus”, de Celina Borges.
Que a busca da
santidade seja constante não somente neste tempo de recolhimento,
mas em toda a vida.
EU QUERO SER DE DEUS
Celina Borges
Abraços e que Deus nos conduza ao centro de sua vontade e benevolência neste tempo quaresmal!
Eduardo Parreiras
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