domingo, 24 de fevereiro de 2013

MAIS DE DEUS!


Boa noite!


Neste segundo domingo da Quaresma a Igreja nos propõe uma subida ao Monte Tabor, a fim de transfigurar nossa vida com o Cristo. No alto do monte Jesus se ilumina à vista de seus discípulos mais próximos, e lhes oferece uma visão breve da sua glória, enquanto Senhor do céu e da terra. Da nuvem vem a fala: "Este é o meu Filho muito amado, em quem ponho a minha confiança. Escutai o que ele diz!" Lc 9,35


O conteúdo cristão da conversão é muito mais que uma mera mudança de denominação religiosa, mas uma drástica mudança de vida. Ao contrário do que se prega, a conversão cristã não se dá de uma Igreja para outra, mas de uma atitude para a outra, cuja finalidade é uma adesão perene ao projeto salvífico de Cristo, a partir de uma experiência profunda de sua presença em meio à humanidade.

Pedro, comovido com tamanha glória que lhe era apresentada aos olhos, reconheceu o imenso gozo daquele momento, dizendo que era bom estar ali, contemplando a transfiguração. Muitas vezes também nós nos surpreendemos com a contemplação da graça de Deus e com a experiência que dela fazemos. Nossa frágil natureza humana não resiste a imensidão da presença de Deus. O problema é quando usamos isso como pretexto para não permanecer diante Dele, e justificamos o nosso pecado a partir da nossa exagerada fraqueza.

A conversão faz parte de um caminho, cujo percurso não se faz da noite para o dia. Não dá para percorrer os mais de quinhentos quilômetros entre os Santuários da Serra da Piedade, em Minas Gerais e Aparecida, em São Paulo, em apenas um dia. O processo de caminhada é lento e inclui a subida de muitos montes...

É preciso desejar a transfiguração da vida e perpetuá-la em um processo contínuo de conversão. É preciso aderir à glória de Deus na prática do dia a dia, e não apenas com meras práticas religiosas vazias de sentido. Uma novena faz um efeito estrondoso na vida de quem caminha nove dias se convertendo aos poucos, diante da oração que se faz pedindo a intercessão de algum dos grandes Santos da nossa história de fé. Aliás, transfigurar a vida significa, na prática, buscar a santidade todos os dias.

Vale a pena ser de Deus, mas para ser Dele é preciso desejá-lo cada dia, do amanhecer ao anoitecer, e do anoitecer ao amanhecer seguinte, e assim sucessivamente. A conversão é uma transfiguração diária, um novo apaixonar-se pelo Cristo e seus irmãos, que é cada próximo que Deus nos dá por companhia na caminhada.


Eu quero mais de Deus, muito mais do que eu mesmo posso imaginar. É que minha sede é muito maior do que minha lembrança dela...


MAIS DE TI
Gil Monteiro




Abraços...


Didu
Seminarista da Arquidiocese de Belo Horizonte
Estudante do Primeiro Ano de Teologia


domingo, 17 de fevereiro de 2013

UMA VIDA DE GRAÇAS E VITÓRIAS!


Boa noite, amados em Cristo!

Chegamos ao tempo quaresmal, o grande retiro que a Igreja celebra anualmente em sua preparação para a Páscoa do Senhor.
Tempo forte, evidentemente marcado pela penitência e chamado à conversão, a Quaresma é o período do ano litúrgico em que a Igreja mais se recolhe, seja em oração, seja nas práticas penitenciais ou caritativas. Os quarenta dias de deserto refletem na vida da comunidade cristã os passos da agonia, paixão e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, e nos impulsionam a viver com toda a alegria do coração e grande júbilo o triunfo na ressurreição.


Sim, é para a ressurreição que os corações se convergem neste tempo propício ao recolhimento. A Páscoa é um tempo precioso demais para ser vivido de qualquer forma, sem preparação adequada. É necessário caminhar com Cristo em sua dor, para triunfar com Ele em sua vitória, única e perene, sobre a morte.
Cada um de nós, pelo batismo recebido, é introduzido no mistério pascal de Cristo pelo sacramento que nos inicia Nele. É na vivência da fé que a vida de Jesus passa a fazer parte da nossa vida. Por isso, caminhamos com Cristo por todo o ano litúrgico, mas com uma intensidade bem maior no ciclo pascal.
A finalidade deste tempo litúrgico é impulsionar o coração a proclamar a vitória da vida sobre a morte não apenas exteriormente, mas com o testemunho e a própria vida. É por isso que, na Quarta-feira de Cinzas, o evangelho nos apresenta um ensinamento muito importante de Jesus: a entrega do coração a Ele, e somente a Ele. Isso significa que não se deve pronunciar aos quatro ventos que se está a praticar rituais de penitência, tal como o jejum e a abstinência, assim como as práticas de caridade; tudo deve ser praticado no mais profundo silêncio, apresentando somente ao Senhor dos Senhores os sacrifícios que nos levam ao crescimento espiritual.
A penitência nos faz ser mais humildes. É ela também que nos ajuda muito a ser mais obedientes. E a obediência, portanto, nos confere uma nobreza de espírito que só se conquista com a prática constante de obedecer. E como é bom ser obediente! Isso deixa o coração livre para amar e servir! E o serviço? Ah, sim! Ele nos torna homens verdadeiramente entregues ao amor de Deus!


A Igreja celebra a Quaresma para se aproximar sempre e cada vez mais os seus filhos do próprio Cristo padecente, que se prepara para dar a cada homem e mulher deste mundo uma nova e definitiva dignidade: a de filhos adotivos de Deus.
Sigamos os passos do Calvário com Cristo. Ao chegarmos no alto do monte, viveremos em sua paixão a mais nobre experiência do amor, que tudo pode e tudo salva.

A seguir, a canção “Eu quero ser de Deus”, de Celina Borges.
Que a busca da santidade seja constante não somente neste tempo de recolhimento, mas em toda a vida.

EU QUERO SER DE DEUS
Celina Borges


Abraços e que Deus nos conduza ao centro de sua vontade e benevolência neste tempo quaresmal!

Eduardo Parreiras