De volta ao Blog, depois de um bom tempo de contratempos! Aliás, às vezes tenho a impressão de que o tempo não me é muito simpático, rsrsrs!
Dando continuidade à partilha de minha viagem à Europa / JMJ Madrid 2011, hoje escrevo um pouco sobre os três dias que passei em Santiago de Compostela, capital da Galícia, noroeste da Espanha.
Santiago é uma cidade bastante antiga, fundada por volta do século IX, na alta Idade Média. Há indícios de que o Apóstolo Tiago Maior esteja enterrado na monumental catedral, para onde acorrem inúmeros peregrinos que perfazem os famosos Caminhos de Santiago todos os anos. A experiência na visitação à Catedral é de profunda comunhão com a Igreja, o que parece atestar a veracidade das informações de que São Tiago esteja de fato jazendo ali.
Catedral de Santiago de Compostela
Palácio Raxoi,
sede da "Xunta" (governo) da Galícia e da "Deputación" (prefeitura) de Santiago de Compostela
Capital da Galícia, Santiago de Compostela também tem uma arquitetura secular e/ou cívica muito rica, pelo fato de concentrar a administração da Região Autônoma da Galícia. A Universidade de Santiago de Compostela também se destaca, e é um importante centro universitário da Espanha.
Faculdade de Química da Universidade de Santiago de Compostela
Os galegos costumam ser cordiais, embora tenhamos passado por algumas experiências negativas com relação ao atendimento. Eles são bilíngues, e quando falam galego é bem mais fácil entendê-los. O espanhol é muito embolado e de difícil compreensão por lá... rsrsr
Rodrigo, eu e Flávio, em uma das charmosas ruelas de Santiago
A cidade sediou, no ano de 1989, a III Jornada Mundial da Juventude, onde os jovens do mundo inteiro encontraram-se com o Papa João Paulo II. Em torno da Catedral de Santiago de Compostela, há uma espiritualidade nitidamente marcada pelas tradições galegas que se desenvolveram com a popularidade dos Caminhos que levam a ela. Nós também realizamos uma parte do caminho (claro que simbolicamente), mas fica o desejo de realizá-lo por inteiro (o caminho mais longo -- o francês -- segue por mais de 800 km, desde o sul da França até a Galícia).
Praça do Obradoiro, em frente à Catedral e ao Palácio Raxoi
Nosso grupo da JMJ na Praça do Obradoiro
Praça do Obradoiro, com a Catedral ao fundo
O imenso botafumeiro (turíbulo suspenso na cúpula da Catedral) é uma atração que não se pode perder em Santiago.
Todos os dias, pontualmente às 12 h é celebrada a "Missa do peregrino", em que todos os participantes são abençoados com uma ação de graças especial: o gigantesco botafumeiro incensa todos os presentes, balançando de uma ponta à outra do transepto da igreja, passando por sobre o altar.
É preparado por confrades da Catedral, que o preparam após a comunhão e o elevam até uma certa altura; depois, empuram-no para que tome a trajetória de encher os olhos diante dos peregrinos. A fumaça é especial, sobe do altar e do coração de cada um em direção ao céu...
O botafumeiro incensa a cada um de nós ao som do magnífico órgão, como se pode ver na foto abaixo.
O Museu da Catedral é belíssimo, e guarda relíquias preciosíssimas, desde restos mortais de reis galegos (como se pode ver na foto do panteão dos reis católicos) até objetos litúrgicos preciosos, como a custódia de ouro que se pode ver na foto mais abaixo.
Michelle e eu visitamos o Museu da Catedral; foto do panteão dos reis católicos
Sinos em exposição no claustro do Museu da Catedral
A capital galega também apresenta uma gastronomia preciosa. Os vinhos galegos são maravilhosos e tem preços excelentes; muitos rótulos podem ser comprados por preços muito inferiores aos que pagamos no Brasil, e a experiência dispensa comentários. Uma maravilha!!! Paella e tortilla são pratos predominantes, e são muito saborosos.
Ficamos hospedados na "Ciudad de Vacaciones Monte do Gozo", lugar agradável e com um excelente restaurante. Para quem for a Santiago, fica a dica!
No mais é isso. Peregrinar é sempre bom e torna a nossa alma mais humilde. Nunca encontramos tudo o que queremos, nem conseguimos ver tudo o que planejamos, mas o fundamental é ter no coração o espírito dos apóstolos que, após a experiência de Pentecostes, saíram pelo mundo anunciando o Evangelho. Caminhar em peregrinação enriquece o nosso espírito missionário, além de nos enriquecer com cultura, história e religiosidade. Que a nossa fé cada vez aumente mais!
Para reflexão, uma música belíssima do nosso querido Maninho, interpretada pela mineiríssima Laís Mota.
O MAPA
Maninho
Espero que tenham gostado... Próxima parada (ops!) postagem, será sobre Lugo!
Até lá!!!